Foi óptima, a conversa que tive com a minha ex-mulher. Descobri que ela sabe imenso sobre relações, que as mulheres que possa ter na minha vida vida não valem nada, que ter alguém na minha vida é uma falta de respeito para com o nosso filho, e que nenhuma relação que eu possa ter vai dar certo...
Claro que lhe disse logo de seguida, se ela sabia tanto sobre relações, porque é que não se tinha apercebido do rumo que a nossa tinha tomado... De qualquer maneira, pelo menos tentei conversar com ela sobre os assuntos que ainda temos pendentes. Mas volta e meia, lá está ela a tocar nos assuntos do passado.
- Vê se percebes que eu já segui em frente. Não é contigo que eu quero seguir a minha vida.
- Nem penses que era isso que eu queria. Mas também não é com esta que o vais fazêr... Uma gaja daquelas...
O discurso andou mais ou menos por aqui. E descobri também que a memória é muito selectiva. Que eu errei na nossa relação, muito, e que o único erro que ela cometeu foi confiar em mim. Portanto, eu que dei estupidamente, que andei com ela de um lado para o outro, que suportei as crises e depressões dela, que criei o nosso filho mais do que ela, que só saí da relação porque já não aturava mais o egoísmo dela... Eu é que errei profundamente... Vendo bem, se calhar, tem razão!
Acho que ela nunca suportou a idéia de ter estragado tudo. Piôr que mulher magoada, só mulher com orgulho ferido. Acho que ela preferia que eu a tivesse traído. Assim teria um motivo válido para se vitimizar. Mas não, por isso, tem que se agarrar a qualquer coisa. Mesmo que não haja nada a que se agarrar. Inventam-se motivos. E sobrevalorizam-se. E é assim que um grão-de-areia pode sêr uma praia imensa se o quisermos. Basta acreditar nisso...