quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009

Desconhecido




Um ano que se acaba.
Hoje é apenas mais um dia. Como outro qualquer. Deveria sêr. Mas inevitavelmente, nos 31 de todos os Dezembros, teima-se em fazer um balanço. Porquê a 31 ? É só um dia. Deveria sêr.

Mas um dia, aquele dia em que te vi pela primeira vêz, não é um dia qualquer. É o Dia. Por isso, neste dia, penso muito em ti.
Penso em tudo o que fiz. Tudo o que conquistei e tudo o que perdi. Tudo em que acreditava e continuo a acreditar. E tudo em deixei de crêr.
Quando disse à tua mãe que me queria separar, fi-lo a pensar em ti. Continuo a sentir que foi a melhor solução. A possível, pelo menos...
Sabia que nos iríamos perder um pouco, aos poucos, sempre um pouco mais. Mesmo assim, sinto que foi o melhor.

Sei que sofres com tudo isto, filhote. Todos sofremos, acredita. Mas tu és o único inocente. Não deverias estar a pagar pelos erros dos adultos...
Gostava que tudo tivesse sido diferente. Gostava que pudesses sorrir, de sorriso bem aberto. Sem mágoas.

Não faço promessas, cada vêz menos as quero fazer. Apenas te posso dizer que vou continuar a fazêr tudo para que possas sêr feliz. Mesmo que, por agora, possa perder-te mais um pouco...



Adoro-te, filhote...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sabe-me bem...

Desconhecido - José Luís Peixoto


...lêr José Luís Peixoto. Gosto da escrita, das imagens, da sensibilidade. Gosto da beleza que consegue dar às coisas aparentemente feias. E da beleza que dá às coisas bonitas. Singular...


o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias, como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo, mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar, que eu amava quando imaginava que amava. era a tua tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto. era a tua pele.
antes de te conhecer, existias nas árvores, nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde. muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.

José Luís Peixoto - A criança em ruínas

Escreveste-me...


Desconhecido


A vida consegue sêr singular. Cheia de surpresas, de pormenôres. Mesmo nos momentos mais escuros, nos momentos mais perdidos, ela arranja forma de nos surpreender...

Quando disse que me queria separar, fiquei com o pêso de uma relação de 13 anos. Em tudo o que de bom e maú traz. São formas de estar, rotinas, amigos... Descobri que tinha limitado a minha vida a um ponto quase absurdo. Perder a capacidade de deixar a porta aberta para que a vida nos surpreenda pode sêr uma sentença de morte.
Não é deixar a porta aberta pondo em perigo a relação. Mas nós somos feitos de experiências. Que podem sêr vividas a dois, ou entre os dois, seja a relação forte e profunda o suficiente para que isso aconteça de forma natural. Sem mêdos, sem perigos...

Ficou um vazio, um desnorte. Recuperar a identidade... Como se faz ? Com medos ? Sem medos ? Com o quê ? Como ?

Creio que tudo aconteceu naturalmente. Talvez porque nunca tenha tido medo. Talvez porque sou como sou. Porque não fui procurar mas não me fui esconder...
Voltei a sêr eu. Com um pouco mais de mim na vida...
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Ontem uma Mulher escreveu-me um poema...
Surpreendeu-me. Ou talvez não. Ela é encantadôra e tem uma personalidade forte, como toda a Mulher tem. Admiro o acto de coragem, de entrega que ela consegue ter para com a vida. E deixou-me um sentimento daqueles que nos aquece a alma...

Ontem à noite, entre conversas, sonhos, confissões, uma Mulher escreveu-me um poema. E eu sorri...

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Gosto...

Stefan Beutler - Honey



Gosto de café, de música... Gosto de filmes, de fotografia, de alguma poesia, de escrevêr, de lêr... E de sentir...
Gosto de massagens e de mel... De compotas, cerejas e morangos...
Gosto de lençois de cetim pretos. Colados ao corpo... Gosto de acordar...

Gosto de partir sem hora nem destino...


Gosto de sêr um pouco vaidôso. Gosto de sorrir e fazêr sorrir. De fazêr corar também... Gosto de olhar... De dizêr bom-dia, de prender olhares...

Gosto da delicadeza dos pormenôres, da beleza das coisas que nos ultrapassam os sentidos e nos atingem a alma...
Gosto das palavras, ditas, cantadas, sussurradas... Das palavras que são ditas com um olhar, um toque, um sorriso. Sobretudo destas...


Gosto do mâr, não consigo vivêr sem ele... Eu sou o mâr, em tudo o que bom e maú ele tem...
Gosto muito dos meus verdadeiros amigos e estou sempre lá por eles embora poucas vêzes o permita que eles estejam lá por mim...
Adoro o meu filho e lamento não poder sêr mais para ele...


Durante algum tempo fugi da vida, da minha essência. E paguei o preço. Para nunca mais fugir...


terça-feira, 28 de outubro de 2008

Um dia...

Miguel Andrade - Sonhei um novo dia




Um dia acorda-se... Com uma dôr no peito. Uma mágoa que teima em não abandonar a alma. Que prende o coração ao que já passou mas continua ali, a querer sobrevivêr. Vive de esperança, de recordações de coisas boas...

Um dia acorda-se... O Amôr continua lá. Bem fundo... Nada sabe bem. O espírito, inquieto, nega-se a repousar. A casa deixou de o sêr. O emprego, um tormento de horas sem fim, que não deixa o coração esquecer por muito trabalho que haja...

Um dia acorda-se... Tudo o que passou desde então foi tempo perdido. Sentimentos que não se encontraram noutro lado. Desespera-se... O que é certo ou errado ? Realidade adiada ou ilusão vivida ?...

Uma noite, parte-se. O carro não pára. Sagres. O mâr. O Anjo-da-Guarda dos barcos ilumina os perigos. Entre a passagem das luzes, o céu. Estrelado, lindo...
Despido de mim. As fragilidades, as verdades, as realidades. Completamente despido...

Uma noite, chora-se. Tudo o que resta chorar. Tudo o que resta perder. Recorda-se todos os momentos mágicos. Viaja-se por todos os sítios por onde se viveram todos os sorrisos, todos os beijos, todo o amôr. Para lá nunca mais voltar...

Um dia acorda-se. Com a alma limpa. O Amôr ainda lá dentro. Já não dói...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Estou...

Desconhecido







... triste. Sinto-me triste, perdido. Com tantas coisas na cabeça e sem conseguir chegar a uma conclusão...


Acho que quando se quer chegar mais alto, o preço pode sêr mesmo este. O reverso da medalha.


Hoje não consigo dizêr mais nada...

domingo, 28 de setembro de 2008

Para quem gosta de Fotografia...

Robert Doisneau - Le baiser de L´Hôtel de Ville
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O Expresso lançou, esta semana, uma colecção dedicada aos "Grandes Mestres da Fotografia". Há para todos os gostos e, se bem que dos que irão sêr apresentados, nem todos cairão no meu gosto, não deixa de sêr uma boa iniciativa.
Cada pacote inclui um pequeno livro sobre o/a fotógrafo/a (nada de especial) e 5 litografias, acompanhadas de 5 "molduras", para as colocar. "Molduras" é o que lhes chamam mas não passam de uma espécie de envelopes standard o que quer dizêr que faço melhor com molduras em vidro e cartolina recortada...
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Para estreia, começaram com Robert Doisneau que, não sendo dos meus favoritos, tem algumas fotografias bem conseguidas e com valôr histórico.
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"O Beijo do Hôtel de Ville" será uma das mais conhecidas e iconográficas fotografias de sua autoria. Não faltam blogs, postais, cartões de namorados, baseados nesta fotografia. O Amôr, a Paixão, algo grande que nos torna indeferentes ao resto do mundo...
Claro está que o instantâneo perdeu um pouco o seu encanto quando, há uns anos, se descobriu que o parzinho são dois actôres que tinham sido contratados para tal.
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Não me importa. Para mim, interessa-me mais saber o que uma fotografia me desperta. Que sentimento fica, o que me faz pensar ou recordar.
Quem sabe se eles não estariam mesmo apaixonados ou se tivessem deixado levar pelo momento ? Gosto de pensar assim...

Como se fosse hoje...

Desconhecido



Em resposta ao comentário do "Ovo Kinder" (agora é que te vou deixar a pensar...), referi um texto de Shakespeare que considero simplesmente lindo. Pela simplicidade, pela quase universalidade, pelo que de humilde e profundo tem.
Quase 500 anos não mudam o que não se pode mudar: a essência do Amôr, do Sêr, da Alma...
Sempre que o releio, nunca me deixa indeferente. Tornou-se quase uma terapia, não sei se boa, se má. É a minha...
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"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtíl diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança.

E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso.

Aprendes que falar pode aliviar dôres emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida.

Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa nao é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.

Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.

Aprendes que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser.

Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer sêr, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados.

Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar.

Aprendes que maturidade tem mais a vêr com os tipos de experiencia que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas.

Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso nao te dá o direito de ser cruel.

Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vêzes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes.
Aprendes que o tempo nao é algo que possa voltar para trás.

Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flôres. E aprendes que realmente podes suportar mais ... que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valôr e que tu tens valôr diante da vida! As nossas dádivas sao traidoras e fazem-nos perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."
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William Shakespeare (1564-1616)

Hoje estou chateado... Muito chateado...

José Manuel Ribeiro/Reuters/Público




O meu Sporting perdeu. E, ainda por cima, mereceu...

Quer dizêr, ando um gajo a esforçar-se em fazer com que o seu "meia-leca" grite "O Sporting é o maiôr" para depois apanhar com uma destas!!!
Como é que agora lhe explico isto ? Lá terei que lhe dizêr que ficamos com pena deles porque ainda estamos no início do campeonato e ja levavam 4 pontos em cima. Se ganhassemos, eram 7, o que era um bocadinho mau...
Acho que deve sêr convicente o suficiente.

Ai, Paulinho, estás com pouca tranquilidade...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Fatal como o destino...

Desconhecido
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Há coisas que são fatais como o destino. Que, quando acontecem, já não têm volta. Disse-to inúmeras vêzes. E fizeste tudo o que de errado podias fazer.
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Detesto têr que têr razão. Pensei que demorasse um pouco mais a tê-la. Mas agora, agora o tempo já pouco ou nada interessa. Aconteceu. Tive razão. Continuo a têr razão. Só que, agora, já tudo é diferente. Deixei de sentir a tua falta. Deixei de sentir a necessidade de sentir o teu calôr. Deixei de acreditar em ti.
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Agora vens-me dizêr que erraste. Que nunca deixaste de sentir. À espera.
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Esperas que eu volte a dar um passo. Que eu volte a assumir as despesas do jogo. Que eu volte a confiar. A acreditar. Queres sentir-te segura de que há uma luz ao fundo do túnel, que nem tudo está perdido. Arriscar para quê ? Afinal de contas, se calhar, tudo está perdido.
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Detesto sentir que me fazes abanar de cada vêz que te vejo. Que, apesar de tudo, ainda me fazes sorrir. Mas já não como dantes. Isso não.
Houve um tempo em que o que existia era puro. Enorme, gigante, louco. Mas puro... Não percebeste isso. Acho que, até hoje, ainda não percebeste bem o que senti... E o que me fizeste perder...
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Agora, já não sou capaz. Mudei um pouco. Deixei de acreditar tanto. Em tudo, em todos. Já não quero confiar. Não quero sentir. Já tudo se tornou racional. As razões mudaram. E quando a razão domina...
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Sei que ainda vais tentar. Sei que, mesmo que não queira, vais saber como me tocar. E não o vou permitir. Nem que, para isso, tenha que te magoar. Eu é que não vou saír magoado. Quando se sobe tão alto como...
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Não interessa. Tive razão. Que bom...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Bolas, já se acabaram...

Desconhecido

Pois é, já se acabaram... Uns belos dias com o meu pirralho, os meus pais e a minha irmâ. Nestes dois últimos anos, a minha ex-mulher consegui fazer com que eu não conseguisse estar 3 dias assim. Mas agora foi muito bom...

Praia, brincadeiras na areia, apanhar cágados e râs. Fiz de tudo um pouco com ele. Foi quase como que um regressar à minha infância. Mas, ao mesmo tempo, não consegui de deixar de estar apreensivo por ele. A mâe continua a usá-lo para me tentar atingir e ele já começa a estar numa idade em que reage muito ao que acontece e ao que ouve...

E agora que as férias acabaram, (re)começam as preocupações. Sobretudo por causa dele. Compreendi que vou ter que estar muito atento e, provavelmente, vou ter que que me chatear a sério para evitar que ele continue a sentir toda a pressão que ela lhe está a colocar.

Mas nem tudo são más notícias. O meu carrinho novo deve estar quase a chegar. Parece quase fútil isto mas não é pelo carro em si. Bem, em parte até é mas é, sobretudo, pela necessidade de mudança. De quebrar tudo o que tenha memórias agarradas. De sentir o recomeçar, o construír algo novo. É que o meu carro tem muitas memórias...










quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Conversas com a Ex-

Desconhecido




Foi óptima, a conversa que tive com a minha ex-mulher. Descobri que ela sabe imenso sobre relações, que as mulheres que possa ter na minha vida vida não valem nada, que ter alguém na minha vida é uma falta de respeito para com o nosso filho, e que nenhuma relação que eu possa ter vai dar certo...

Claro que lhe disse logo de seguida, se ela sabia tanto sobre relações, porque é que não se tinha apercebido do rumo que a nossa tinha tomado... De qualquer maneira, pelo menos tentei conversar com ela sobre os assuntos que ainda temos pendentes. Mas volta e meia, lá está ela a tocar nos assuntos do passado.



- Vê se percebes que eu já segui em frente. Não é contigo que eu quero seguir a minha vida.

- Nem penses que era isso que eu queria. Mas também não é com esta que o vais fazêr... Uma gaja daquelas...


O discurso andou mais ou menos por aqui. E descobri também que a memória é muito selectiva. Que eu errei na nossa relação, muito, e que o único erro que ela cometeu foi confiar em mim. Portanto, eu que dei estupidamente, que andei com ela de um lado para o outro, que suportei as crises e depressões dela, que criei o nosso filho mais do que ela, que só saí da relação porque já não aturava mais o egoísmo dela... Eu é que errei profundamente... Vendo bem, se calhar, tem razão!

Acho que ela nunca suportou a idéia de ter estragado tudo. Piôr que mulher magoada, só mulher com orgulho ferido. Acho que ela preferia que eu a tivesse traído. Assim teria um motivo válido para se vitimizar. Mas não, por isso, tem que se agarrar a qualquer coisa. Mesmo que não haja nada a que se agarrar. Inventam-se motivos. E sobrevalorizam-se. E é assim que um grão-de-areia pode sêr uma praia imensa se o quisermos. Basta acreditar nisso...




Comporta Café

Desconhecido

Desconheço de quem é a fotografia. Já era noite quando acabamos de jantar. Sentados nos puffs, com um luar a banhar o mâr, enquanto tomamos o café. Falamos de nós, das nossas vidas, de desejos e de problemas...

O mâr enche-nos o olhar. Ainda me surpreendo porque raio é que te deixei entrar na minha vida. Tudo bem, se olhasse só para ti enquanto o monumento que tu és, seria louco se não o fizesse. Mas a verdade é que não te deixei entrar logo assim que quiseste. O que eu te fiz passar para te deixar chegares perto de mim... Dei-te todos os motivos que poderias querer para te afastares. Em vêz disso, assim que te beijei...

Ainda me surpreendo da forma como nós nos entendemos tão bem. Não é que tu sejas a pessoa que melhor me conheças. Nem eu a ti. Mas somos tão parecidos nos feitios... Sempre achei que algo assim nunca funcionaria. E no entanto... Bem, não quer dizêr que funcione. Daqui a uns tempos logo se vê. Mas isto já me começa a assustar. É que eu não queria mesmo nada mais confusão na minha vida. Já chega, não ?

Fumo um cigarro enquanto te dou a mão. Faz um ano que aqui vim sozinho. Tens sempre mêdo de me estares a levar a sítios onde já tenha estado com alguém. Mas foi sozinho que aqui vim. Recordo-me bem. Passei horas a olhar para o mâr. Para tomar decisões. E tomei-as. Talvez não tenham sido as mais correctas mas tomei-as.

Por momentos, sinto-me distante. E eu sei que tu sentes isso. Assusta-te. Com razão. Sabes que não é pelo que aparentas que alguma vêz me hás-de prender. Sentes-te minha mas não tens a certeza se sou teu. Sou de alguém ? Alguma vêz fui ? Alguma vêz serei ? E vale a pena deixar-me abandonar no teu amôr ?

Chateia-me pensar que possa estar a amar-te. Que porra. Quando tudo se estava a tornar mais fácil, mais simples... Mas tinhas que aparecer ?

A noite está fresca mas não não sinto frio. Aconchegas-te em mim e eu beijo-te. E sinto-me esquecer do resto do mundo. Naquele momento só existimos nós. E é tão bom...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Os dias estão lindos...

Desconhecido

Sim, os dias estão lindos... Para tudo, para quase tudo... Faltam poucos dias para ir de férias com o meu filhote e já nem sei quem está mais impaciente: se ele ou se eu! É que a praia, o mâr, é algo muito nosso, muito especial...

Se calhar isto tudo é um pouco egoísta. Tanta miséria no mundo, fome, guerra, opressão, pobreza... Será justo sentir essa felicidade ? Não sei. Se isso é sêr egoísta, então vou sê-lo um pouco. Por uns dias, pelo menos...

É que um tipo farta-se de passar os dias dentro de quatro paredes, a aturar pessoas que, às vêzes, não temos mesmo vontadinha nenhuma de o fazer... Safa, estou brutinho, hoje. Estou mesmo a precisar de férias...





quinta-feira, 17 de julho de 2008

Um lugar encantado...

Desconhecido






Três dias. Já se tinham passado três dias. Tu, a tua irmã com o marido e o filho de férias na praia... Que inveja! Que saudades do mâr...
O telemóvel não diminui a distância. A tua vôz à espera de algo...


- Vem cá ter...

- Não posso. Tu sabes disso. Saio de serviço só logo à noite e amanhã entro logo às 8 da manhã. E tu estás a 200 quilómetros...

- Se tivesses mesmo saudades minhas, tu vinhas...

- Claro. Já não durmo quase nada à duas noites e com esta era para eu ficar de rastos. Tu não deves é gostar nada de mim...


Ela sabe que quanto mais me provocam para fazer algo menos vontade tenho de o fazer. Detesto testes.
A tarde toda a pensar no passado. Nas coisas que fiz, nos momentos que passei. Em como fiquei preso por um sentimento a quem não o merece. Em como tudo se vai diluíndo. Como uma mancha que se vai desfazendo enquanto a chuva cai...
Volto a sentir. Ela faz-me sorrir. Faz-me querer. É bom sentir isso.

9 da noite.O restaurante do costume. Simples e caseiro. Ela liga. Discutimos. É difícil largar alguém que me ama assim tanto. Ao ponto de me dizêr coisas más.
Janto irritado.
A paciência do dôno para comigo. Ele já me conhece... Acabo de jantar com um café e um "Uma boa noite. Tudo se há-de compôr".

São 10 da noite. Paro na estação de serviço para cigarros e uma extravagância: combustível...
Tiro um cigarro. Chegar a casa e descansar que há duas noites que só durmo 3 horas. Ainda estou irritado com a discussão. Com esta cidade. Com esta claustrofobia.
Acelero. Música bem alto. A estrada à noite enquanto vou devorando quilómetros e passando carros sucessivamente. Espero que não haja nenhum radar à noite...

São quase onze da noite. Está na hora.


- Então, encontramo-nos onde ?

- Onde estás ?

- Quase a chegar aí. Vim pelo outro lado para vêr o mâr enquanto desço a estrada.

- Vem ter à marina. Quinze minutos. Não sei se eles quererão ir também.

- Está bem. Fico à tua espera...


Foi estranho. Não me pareceu muito surpreendida.
Sento-me num banco, frente aos barcos. Veleiros. Adoro veleiros e tudo o que representam...

Chegas perto de mim. Um olhar diferente. Não é mesmo de surpresa. Mas é um olhar bom.
Passeamos pela cidade. Cheia de turistas. Café, conversa. Beijos, abraços, mimos. Mais conversa.
Por vêzes lembro-me dela. Mas depressa me passa. Tu estás aqui e eu estou aqui. Fazes-me bem.
Regressamos.


- Amôr, agora vais para casa para vêr se dormes um bocado. Já estou com um pêso na consciência...

- Não digas asneiras e entra no carro.

- Então ?...


Dois minutos de carro e lá estávamos. A praia completamente deserta à nossa frente. O cheiro da maresia a invadir-me os pulmões. E um sorriso na cara.


- Porque é que vieste ?

- Não sei. Simplesmente vim. O mâr e tu no mesmo sítio...

- Sei que não vieste só por mim...

- Pois não. Vim por mim também... Porque é que me provocaste tanto ? Sabes que eu reajo ao contrário...

- Eu sei. E foi por isso que o fiz.

- Não querias que eu viesse ?

- Queria saber até que ponto tinhas vontade de vir. Eu sabia que tu vinhas...

- Como é que sabias ? Nem eu sabia que vinha até entrar na estrada!

- Se não viesses, não eras a pessoa que eu julgava que serias. A minha irmã perguntou-me porque é que não estava de pijama. E eu disse-lhe que se calhar ainda ia saír à noite...


"Um lugar encantado"... Que outra música seria mais adequada ao momento ?
Saímos do carro. Tiramos os sapatos que ficaram debaixo dos toldos de praia a imitar as Caraíbas...
Não demorou até estarmos a passear com os pés molhados na água fria. Depois as pernas. As calças encharcadas quase até à cintura. Como se nada fosse. Como se fizesse sentido. Faz sentido...
Conversamos e conversamos e conversamos. Beijamos-nos, abraçamo-nos. A cidade iluminada de amarelo e laranja, do lado de lá, a observar-nos. Com a lua quase cheia como testemunha.

Voltamos. Tiramos as calças encharcadas e penduramo-las nos toldos. A noite não está quente mas também não está fria. Beijamo-nos. A minha respiração cada vêz mais profunda. A tua mais ofegante a cada beijo.
Olhamos à volta. Como é possível que no meio daquela imensidão não esteja mais ninguém a não sêr nós dois ?

Volto ao carro buscar uma toalha. Ela sentada na espreguiçadeira debaixo do toldo.


- Vem até à água.

- Nem penses. Está fria. E eu não te vou deixar ir senão já sei o que vais fazer.

- Vá lá. Vem...

- Não. Eu sou tola mas tu consegues sêr mais.

- Está bem...


Ela volta as costas e eu acabo de me despir num ápice. Também, já só me restava uma coisa para despir... Vou a correr em direcção à água. Ela a dizêr-me para não o fazer enquanto sorri.
Entro na água de cabeça. Está óptima. A sensação de nadar e mergulhar naquela água escura e deliciosamente fria... O coração a bater e uma sensação que não consigo descrever. Uma paz que entra dentro de mim...

Ela sorri enquanto fica preocupada que eu arrefeça. Ajuda-me a secar com a toalha mas eu não tenho frio. Sinto o corpo a fervêr e a brisa da noite parece-me um sopro quente que me aconchega.
O olhar apaixonado e calmo dela enquanto me beija. Os nossos corpos encostados um no outro. O desejo a crescer furiosamente. Deitados na areia, continuo a beijar-te. Puxas-me para ti.

Naquele momento, nada mais existiu. Só nós. Quando te puxei para mim e ficaste sentada em mim dentro de ti, a lua iluminou-te o rosto. Estavas linda...
Naquele momento, nada mais existiu. O mundo eramos nós...

Já sentado na espreguiçadeira, aninhas-te no meu meio. Abraço-te com força e tu abandonas o teu corpo no meu.
Dali a poucas horas, quando o dia já fôr dia, a praia estará cheia de pessoas. Pessoas a apanhar sól, a correr, a berrar, a desejarem estar noutro lado, talvez com alguém que ali não vai estar. Alguém se sentará naquela espreguiçadeira a vêr as horas passarem devagar. Nenhuma vai imaginar o que ali aconteceu. Nenhuma sequer pensou nisso. Fomos só nós dois numa praia imensa que, por um momento, foi o nosso mundo.


- Sabes o que me assuta ?

- Que eu tenha vindo ?

- Que nada disto é pensado. Nada disto é programado. Eu sabia que vinhas e tu vieste...


5 e meia da manhã. Queria poder ficar contigo ali deitado até o dia nascêr. Mas preciso de me compôr. Falta pouco para entrar ao serviço. E tenho que o fazêr com um âr de quem não sonha. A maiôr parte das pessoas tolera mal os sonhadôres...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Conversas de gajos...


Desconhecido
(Mas é um espectáculo)



Ontem fui com o H. (digamos que é um companheiro de "luta") tomar café à noite. Como gajos que se prezam, a conversa começou por onde quase todas começam... Mas, inevitavelmente, o tema de conversa foi o mesmo: relações e as nossas histórias.

Resumindo, tivemos um trajecto mais ou menos semelhante: depois de me separar acabei por me envolver com uma mulher passado uma semana. O envolvimento foi muito grande e muito forte. As coisas não correram bem e, ao fim de 3 mêses, afastamo-nos. Importa dizêr que ela é casada e, na altura, separou-se do marido por minha causa apesar de ele não saber que estivemos envolvidos. Depois disso acabei por passar um bocado mal. Lutei muito por ela e durante bastante tempo. Entretanto fui-me mentalizando que o que parecia muito certo e destinado talvez não o fosse e, pelo caminho envolvi-me com alguém que me amou muito. E que merecia muito mais de mim do que aquilo que eu fui capaz de lhe dar...

O H. apaixonou-se por uma miúda e, ao fim de 3 dias, tinha-se separado da mulher por causa dela. O início da relação foi muito difícil, ela não tinha certezas de que era a ele que queria. Ele começou a desesperar e passados uns mêses, começou a afastar-se. Foi então que a miúda descobriu que ele era o homem da vida dela e começou a fazer-se ao caminho. Só que ele começou a sentir falta da segurança que a mulher lhe dava e, por isso, voltou a vê-la. Mas não largou as duas. Estava dividido, como costuma dizêr...
Neste momento vai estando com a mulher. Passa umas horas por dia em casa dela e depois vai para casa dele.


A conversa de ontem era sobre o que sentiamos sobre tudo isto. Eu sinto que valeu a pena ter-me separado da minha ex-mulher e ele acha que no caso dele foi a piôr asneira que fêz.
Eu disse-lhe que recuperei a capacidade de sorrir, mesmo depois de ter falhado os relacionamentos seguintes. Acho que valeu e vale a pena lutar por algo maiôr.
Ele acha que perdeu o encanto pela miúda, destruíu a relação de confiança com a mulher e os familiares dela, e que as separações só trazem infelicidade.
Ah, e também acha que as pessoas se adaptam se quiserem. E que eles os dois são muito incompatíveis mas que funcionam bem...



- Mas olha lá, se são incompatíveis não achas que isso não bate certo ?

- Cala-te, deixa-te lá dessa conversa. Eu só tenho sofrido desde que me separei. Arrependo-me de o ter feito.

- Mas na altura era o que mais querias. Não pensavas noutra coisa. Eu até achava que te tinha que amarrar um cordel aos pés porque tu já parecias um balão a voar por aí fora... (risos)

- Mas não o devia ter feito. E depois, andar por aí sozinho, feito parvo... Tu não estás arrependido ?

-Eu não! Foi o melhor que fiz...

- Mas és mais feliz do que o que eras quando casaste ?

- Não é isso que está em causa. O que havia de bom perdeu-se. Mas digo-te que sou mais feliz agora do que o que era nos últimos dois anos com ela... Mas é que nem tenhas dúvidas disso!

- Eu não. Tem sido só sofrer e ficar mal visto...

- Mas tu é que achavas que a tua vida só girava à volta delas as duas. E não foste capaz de fazer as coisas por ti e para ti...

- Eu quero lá saber disso. Eu não quero é mais preocupações na vida. Quero é levar as coisas na boa, sem me chatear...



Claro que isto se prolongou até ele dizer que já estava a ficar com dores de cabeça... Já parecia uma mulher... Mas a verdade é que somos duas pessoas que encaram a sua vida de forma diferente. A princípio achavamos que o que valia a pena era lutar por sermos felizes com alguém que nos completava, que nos fazia sentir felizes só por estarmos com ela.
As coisas correram mal só que eu continuo a achar que vale a pena. Mas ele não.
Eu tentei reorganizar a minha vida ao meu jeito; ele passou o tempo todo a esgotar-se naquele impasse entre duas mulheres.
Eu recuperei a minha alma, ele perdeu a sua coragem e a sua vontade de sentir.
Eu continuo incomodado; ele está a tornar-se um acomodado...

Já lhe disse que a vida está cá para nos demonstrar quem tem razão. Se é que há razões absolutas. Não sei. Só sei que, para já, estou de bem comigo mesmo. E ele não.
Mas o melhor mesmo é lavar as vistinhas...


sexta-feira, 11 de julho de 2008

Pais e filhos

Desconhecido



Já se passaram quase 3 semanas sem vêr o meu filhote. Faz-me falta o seu sorriso. O seu "Pai, gosto mesmo muito de ti...".
É daquelas coisas que nos fazem pensar e repensar a nossa vida. Se ele não merecia um sacrifício, um esforço para que não se sentisse dividido. Apesar de ele ainda sêr pequenino, com a idade vai acabar por sofrer e sentir esse pêso. E eu vou sentir o pêso de não o poder vêr todos os dias, muito graças à infantilidade da minha ex-mulher.

Há dias falei com a minha mãe e a minha irmã por causa de um relacionamento que estou prestes a terminar. A minha mãe gosta muito dela e por várias vêzes me pediu para dar um tempo.



- Mãe, não é uma questão de dar tempos. Ou se sente que resulta ou não!

- Eu sei mas eu também sei que gostas dela e ela gosta muito de ti. E a vida não é feita de idealismos.

- Também não é feita de comodismos...

- Ninguém está a dizer isso. Mas há coisas em que tens sempre que abdicar para que as coisas resultem.

- Está bem, eu sei. Mas isso não justifica tudo. Ou eu sinto que tenho vontade em abdicar ou então, se fôr em esforço, não resulta. E o que eu sinto não é o suficiente para continuar. Ela quer muito mais e merece muito mais...

- Mas filho, vê lá. Dá um tempo. Muitas vêzes isso ajuda. E tu tiveste uma situação em que sabes que isso resultou.

- Uma situação ? Que situação ? A tua e a do pai ?

- É evidente. E tu sabes que resultou.

- Resultou ? Mãe, achas mesmo que resultou ? Em quê ? Melhorou alguma coisa ? Mãe, ele continua a não ir para nenhum lado que tu queiras ir. E se vai, é sempre contrariado. Já era assim e continua a sêr. O que é que mudou ?

- Houve coisas que mudaram e tu sabes disso. Eu também sei levar a minha...

- Mãe, eu não quero isso para mim. O que vocês fizeram foi acomodarem-se um ao outro. Criarem alguns entendimentos. E para quê ?

- Filho, tu ainda és muito idealista. E vais têr que bater com a cabeça para percebêres que a vida não é bem assim...

- Chama-lhe idealismo, chama-lhe o que quiseres. Eu sei o que sou capaz de sentir e a força com que sinto. Enquanto eu me sentir assim, vou lutar por isso. Se um dia chegar à conclusão de que estava errado, então logo se vê...



Custa-me um bocado falar com a minha mãe sem a magoar um pouco. Ela é bem intencionada mas as opções de vida dela são as dela. Quando os meus pais se separaram, ela ficou quieta no canto dela durante mais de 2 anos. Nunca teve outro homem na vida dela. Ela é assim. E ele também. Desistiram de sentir algo mais. Por razões diferentes, mas desistiram. O que têm dá menos trabalho. Mas também não faz deles pessoas felizes...
Gosto muito deles e não posso dizer que gosto mais de um do que do outro. Eles acharam que deviam voltar um para o outro. Por eles, pelos filhos, pelo projecto de vida que tinham. Só que pelos filhos...
Já várias vêzes falei com a minha irmã sobre isso. E nem eu, nem ela, pedimos que eles se voltassem a juntar. Para nós, nada de importante mudou.

Talvez por isso é que eu julgo ter tomado a melhor decisão possível. Manter uma relação que já não tem razão de sêr, não faz sentido...
E isso não põe em causa o meu amôr pelo meu filho. Provavelmente só irá fazer de mim um pai mais atento e mais atencioso. E com muito mais amôr para lhe dar.



Adoro-te, filhote...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Eu gosto mais da Capuchinho Vermelho...

Desconhecido



A Ana Leandro, no seu magnífico blog "Diário de uma Divorciada" , diz que anda à procura de um tal de Príncipe Encantado... Não sei bem quem é o gajo mas já ouvi falar dele. Acho que engatou uma miúda chamada Bela Adormecida, que achava que o tipo era perfeito. Mas mais tarde trocou-o pelo Lobo Maú. E anda felicíssima. Diz ela que ele vê-a melhor, ouve-a melhor e "come-a" toda... A vida tem destas ironias!


A verdade é que depois de todo o trabalho e de toda a dôr que se passou ao assumir uma ruptura numa relação, inconscientemente achamo-nos no direito de sêr mais exigentes. Bastante mais. O que acaba por sêr um tanto ou quanto egoísta. Queremos que ela (ou ele, depende...) seja perfeita. Ou quase.
Claro está que, na prática, não é bem isso que acontece. Mas o certo é que nos tornamos mais exigentes, por vêzes, a um ponto que não é sensato.
Eu falo por mim, sei que tenho defeitos e não sou poucos, mas acabo por sêr mais exigente para com quem queira entrar na minha vida do que para comigo mesmo. E, se calhar, devia existir um equilíbrio entre as duas coisas. Acho eu...

No meio disto tudo, se há coisa que eu tento não fazer é procurar uma Princesa com tiara e tudo. Há por aí muitas que se vestem como tal, e até se comportam como tal mas, na prática, valem tanto ou menos que as outras. Há muito mais na vida do que Príncipes ou Princesas.

Pessoalmente, eu prefiro a Capuchinho Vermelho...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Machices...

Desconhecido


Quando uma mulher veste um vestido de cabedal, o coração do homem acelera, a garganta seca, os joelhos tremem e começa a pensar irracionalmente...
Já alguma vez se questionaram porquê ?

Porque cheira a carro novo!!!



Uma "machice" que uma amiga me enviou por mail...

Quando aperta...

Desconhecido

Evito tocar no assunto. Por vêzes, a saudade é tão grande que, ainda ele está comigo e já sinto saudades...
O tempo passa a correr, é precioso. E com eles, passa ainda mais depressa. Por isso, cada momento que estamos juntos torna-se algo especial. Algo único.
Sempre tivemos uma ligação muito forte. Em tudo. Assim que estamos juntos, tudo está bem. Fica uma paz, uma calma dentro do coração que nada nem ninguém mais me dá.

Foi e será sempre a única razão que me fará pensar nas decisões que tomei. Foram certas ? Erradas ? Fui egoísta ? Como é que ele vai ficar ? Como é que o vai afectar ?
Mas depois penso nos momentos de felicidade que passamos juntos desde então. No que quero conquistar para ele e por ele. E fico um pouco melhor...


É uma dôr muito grande. Uma das últimas vêzes que o fui levar de volta, ele quis ficar à entrada do prédio a olhar para mim. Fico sempre à espera de o vêr desaparecer enquanto sobe as escadas do prédio. Desta vêz, ele não quis subir. Não fêz birra como das outras vêzes. Fazia birra, chorava mas passado 5 minutos lá se conformava e acabava por ir bem.
Desta vêz não. Ficou muito calmo, sentado nas escadas, sem arredar pé...


Não consigo descrevêr como fiquei. Senti-me todo partido por dentro. Como é possível que uma meia-leca me faça tanta falta ? Não se costuma dizêr que somos mais desprendidos ? Tretas...



Filhote, sinto tanto a tua falta. O pai tem muitas saudades tuas...

terça-feira, 24 de junho de 2008

Gajas amigas II ...

Desconhecido


Pois é, aqui o parvo continua a sê-lo. E demonstra-o com toda a pompa e circunstância. Isto porque quis acreditar que era possível ter uma mulher como que a modos, da sua idade, que fosse sua amiga sem que já tivesse havido coisa ou fosse para haver...


Eu até acredito que, de parte a parte, houve uma grande curiosidade um sobre o outro mas nada mais. E naquela noite, ficamo-nos a conhecêr. Falamos bastante mas era apenas isso que pretendíamos: falar.
Ela é uma mulher inteligente e eu não me considero totalmente burro (embora, às vêzes, elas me façam dividar disso) e, talvêz por isso, tenha sido bom.


Claro está, estranhei que dois dias depois dessa tal conversa, já andávamos a trocar mensagens a torto-e-a-direito mas sem estarmos propriamente numa de engate. Era uma amizade gira, apenas isso. Talvez o mais estranho fosse o facto de sermos duas pessoas bastante ocupadas mas tirarmos tempo para mandar mensagens um outro em quantidade suficiente para descarregar a bateria do telemóvel no próprio dia...


Só que a cabeça, mesmo enquanto dormia, começava a funcionar. E pensava "Mas o que é que se está a passar ?"
Pois... Eu respondo-vos: ao 3º encontro vai de lhe espetar um beijo do género "o-mundo-vai-acabar-amanhã". Todo lambuzado como mandam os manuais. E é que eu nem sei bem de onde aquilo saíu. Quer dizêr, de onde saíu eu sei. Foi da boca, pois claro! Mas a cabeça...
Bonito! E agora ? Onde é que vai parar a amizade ? É que eu não precisava de nada disto. Muito menos nesta altura da vida. Mas que raio... Eu queria ficar uns tempos sozinho. Mas eu lá quero confusão na minha vida outra vêz ?
Tudo bem, isso é outra história...


Claro que fomos conversando sobre o que se estava a passar. Como adultos que controlam tudo na sua vida e já sabem gerir cabeça e coração, não havia problema. Ela garantiu-me que tudo estava controlado e não havia hipótese de o perdêr...
Não é que me chateie ela perder o seu controle, mas eu também perdê-lo é que era uma chatice. Eu não queria... Enfim, logo se verá...


Resumindo e concluíndo: grande treta! Qual amizade, qual carapuça. Para a coisa sêr profunda, ou já houve ou vai havêr. Mesmo que essa não fosse a intenção na altura...





P.S.: Já agora, a culpa é dela. Ela é que veio falar comigo uma noite destas...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Solidão e os amigos...

Desconhecido




"Mas porque é que não ficas sossegado uns tempos ? Fazia-te bem..."

"Eu sei. E tenho ficado, não te preocupes..."

"Bolas, deixa lá de saír à noite. Também agora tens a mania que és miúdo..."

"Olha lá, tu também não sais com a tua mulher ? Então ? Vou ficar em casa, não ?"

"Deixa isso e concentra-te mas é no que tens que fazer..."

"Já te disse, não te preocupes com isso..."


Este era o género de conversas que eu tinha com um colega mais novo a que eu chamo de amigo. Embora eu seja mais amigo dele do que ele de mim...
Eu sei que ele se preocupa comigo. Mas também sei que ele não quer que eu ponha em risco uma certa estabilidade que profissional que existe. O que é tramado. Dá-me espaço para questionar o sentido dessa amizade.

Já lhe disse várias vêzes que não era meu pai. E que a amizade dele era muito desequilibrada. Sempre me dispus a ouvi-lo em quase tudo: problemas pessoais, problemas familiares, problemas com um certo colega que é tipo inimigo-figadal... Quando ele precisa, eu estou lá. Mas chateia-me que ele não faça o mesmo por mim.
Não gosta de perder tempo para me ouvir, nem que seja para repetir o mesmo de sempre.

Um dia testei-o: durante três dias seguidos convidei-o para ir tomar café. Ao 3º dia, disse-me o que me tinha dito nos outros dois: "Não posso". Só que, coincidência das coincidências, passado meia-hora encontrei-o com um outro colega nosso.


"Sabes, encontrei o Alexandre e vamos ter agora com..."


"João, deixa. Não tens que dar explicações..."


Ele talvez não saiba mas nesse dia desiludiu-me muito. Tal como me desiludiu quando criticou vêzes sem conta uma mulher com quem, entretanto, tive um relacionamento. Nada que ele soubesse sobre ela de concreto. Contaram-lhe...
Claro que havia uma história por detrás. Mas não interessa. O fundamental é que os nossos amigos, os verdadeiros, estão lá para o que dêr e viêr. Gostam de nós e gostam de quem nos quer e trata bem. É tão simples quanto isso...

Senti-me bastante sozinho nos primeiros tempos. Longe da familía, depois de quase 14 anos a vivêr em função da minha ex-mulher...
Teria sido mais fácil se estivesse na minha cidade natal. Lá, tenho amigos que o são realmente. Que estariam lá e não me fariam sentir sozinho.
Por isso, talvez por isso, tenha acabado por ser natural eu ter saído um pouco mais à noite, arranjando um amigo improvável, ou ter acabado por me deixar agarrar porquem me quis agarrar. Por quem teve força para o fazer e para me fazer acreditar. Só que teve um preço. Está a ter...

Creio que o João nunca irá entender tudo isto. Nem o que se perdeu...


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Envólucros...

Desconhecido


Cheguei a um ponto da minha vida em que o envólucro não é assim tão importante. O corpo é o que é e vale o que vale. A atração física pode existir (e com muita força) mas já aprendi a conseguir vêr bastante para além disso.
O curioso nisso é que me dá uma segurança enquanto pessoa e enquanto homem que me faz lidar com as mulheres de uma forma... segura.

Eu sei que isto pode parecer redundante mas não o é. Na prática dou por mim a estar em qualquer lado sem ficar propriamente com aquele olhar típico de alguns gajos de "és-boa-como-o-milho"...
A maiôr parte dos homens, pelo menos dos mais novos, são inseguros e tentam compensar das formas mais estranhas e, por vêzes, mais estúpidas. E não o fazem para o demonstrar a elas, o que é mais engraçado. Quer dizer, é a elas mas numa base de Galo-no-Poleiro... Temos que sêr mais que os outros e demonstrá-lo sempre que possível...


Passei bastante tempo a ouvir mulheres dizerem que não gostam de homens inseguros. Mas quando apanham um gajo seguro de si... Porque por muito envólucro que uma mulher tenha, o que poucos gajos compreendem é que elas são, por natureza, inseguras. Ainda não conheci nenhuma mulher que não tivesse uma ponta de insegurança embora já tenha conhecido várias que, logo no início, debitam o discurso muito feminista de mulher-moderna-independente-e-totalmente-segura. Muito tipo "Sex and the City"...
Não ponho em causa a independência de muitas mulheres que conheço, mas no que toca à sua (in)segurança...
Podem passar sem nós ? Claro que sim. Conseguem passar sem nós ? Concerteza. Querem passar sem nós ? Bem, isso já é outra história...

Há uns dias encontrei uma amiga e estivemos a conversar sobre ela. Resumindo: ela é uma estampa de primeira água. Bonita, inteligente, alta, elegante, vistosa, simpática, segura de si... Uma mulher "podre-de-boa" como os putos costumam dizêr.
Ela faz o que quer dos homems. Nunca levou um não, nunca teve que lutar por alguém. E não deixa que se apercebam do seu ponto fraco. É a sua força. E enquanto continuar a apanhar pela frente com gajos que acham que mulher, bonita ou não, é uma parvinha que cai ao 1º grunhido de um gajo, vai continuar a gozar com eles...
Num ponto, eu e ela concordamos: o aspecto, aquilo que os olhos vêem, pode ajudar a atrair quem nos interessa. Mas será suficiente ? É que nem todos os gajos são parvinhos. Ou inseguros. E nem todos os envólucros têm conteúdo que valha a pena o esforço...
Claro que, como mulher inteligente que ela é, conversamos e rimo-nos durante um bom bocado com este disparate. Mas não deixa de sêr assim que eu sinto.

Tudo isto para dizêr que o que me atrai numa mulher são os pormenores. Pode passar por um olhar, por uma palavra certa, por um sorriso, por um estar... Não tem som, nem côr, nem forma definida. Apenas algo que consegue ir mais além do que aquilo que a vista alcança. É como um bicho que entra dentro de nós e nos faz comichão... A Soraia Chaves é dona de um sorriso bonito, de um corpo bonito, de um olhar bonito. Mas o olhar e a vôz de uma Margarida Marinho ou de uma Joana Bárcia (em palco são fabulosas)...

É que também há homens que precisam de conteúdos para se perderem...



quinta-feira, 29 de maio de 2008

Gajas amigas...


Confesso que tenho um bocado a mania de criticar as mulheres. Critico-lhes os defeitos e ponho defeitos onde não existem.

"Andas assim e qualquer dia, viras..."

Pois, é daquelas coisas a que um tipo está sujeito a ouvir... Costumo responder que se lhes dou tanta importância, é porque gosto mesmo delas e as valorizo. O que não deixa de sêr verdade. E a verdade é que, muitas vêzes elas me surpreendem.

Como ontem à noite. Estava um bocado aborrecido quando uma amiga me desafiou a saír de casa às 2.30 da manhã para fumarmos um cigarro algures no meio da cidade.
Primeira ideia que me veio à cabeça: "Huummm, o que é que esta menina quer ?... Isto é um bocadinho demais para uma amizade que tem meia dúzia de dias..."
Bom, lá acabei por concordar e foi muito bom. Estivemos a falar até que a noite começou a clarear e nos apercebemos que eram 6 da manhã!
Fiquei reconfortado ao sentir que, se calhar, ia têr ali uma verdadeira amiga, sem segundas intenções e sem que tenha existido algo mais do que isso.
O que me fêz pensar que há excepções. Para tudo. E que elas continuam a valêr a pena.

Acho que todo o gajo de bom senso devia têr uma gaja como verdadeira amiga. Faz-nos falta ouvir algo que não venha da cabeça de um gajo. E sempre é uma maneira de se falar de algo mais do que futebol, gajas ou carros...

Nós sobre elas...

Desconhecido


A mulher é um bicho estranho. Não percebemos nada sobre elas. São confusas, contraditórias, têm a mania que a lógica feminina bate a masculina "aos pontos"... Ligam a niquices, fazem uma tempestade num copo de água, têm um humôr volúvel e, quando estão bem e têm o que querem, descobrem que afinal não é bem assim... Mas há alma que consiga aturar isto sempre de sorriso nos lábios ?

Já passei pelo suficiente para saber que uma mulher é difícil de se contentar. Podem ter o homem perfeito à frente que arranjam maneira de lhe pôr um defeito. Nem que seja por sêr perfeito demais... Querem um homem que saiba cozinhar mas se o vêem na cozinha, há logo discussão porque não fazemos as coisas ao jeito delas!


Claro que este assunto dá pano para mangas mas, na prática, resume-se a isto: mostrem-me um homem completamente feliz ao lado de uma mulher e eu mostro-vos a cicatriz da lobotomia...

terça-feira, 20 de maio de 2008

Amizades...



Muitas vêzes me perguntei porque é tão difícil manter uma amizade homem-mulher. A prática diz-me que são muito difíceis de mantêr.
Para mim, a regra geral é assim: por um lado temos as amizades enquanto casal. As amigas dela são (eram...) minhas amigas, fala-se um pouco de tudo com algum à-vontade, sem grandes stresses. Parece que há um botãozinho que se desliga dentro de nós e não olho para elas como a Ana ou a Sofia. É mais do género, é a Ana-amiga-da-minha-mulher. Ou namorada, consoante a situação. Tudo muito desinteressado.

Por outro lado temos as amizades enquanto homem solteiro, descomprometido,... Esse estado. E é aqui que as coisas deixam de funcionar. É que uma amizade, daquelas mesmos dignas desse nome, raramente se aguentam enquanto tal. A experiência diz-me que um dos lados acaba sempre por vêr, ou sentir mais do que o outro. Daí até começarem a surgir situações complicadas é um instantinho. E não adianta nada se elas forem casadas ou comprometidas. Vai dar ao mesmo. Porque se não formos amigos do marido/namorado, parece que o tal botãozinho se liga.

Mas não quer dizêr que elas não existam. Existem. Mas apenas em duas situações: ou já houve coisa, ou é para haver... Eu sei que isto pode soar algo machista mas, acreditem, sou tudo menos isso. Na verdade, eu gostava que a vida me provasse o contrário. Cheguei a pensar que sim.

Uns mêses depois de me ter separado, dei de caras com uma ex-namorada. Tinhamos ficado amigos mas afastei-me dela, na altura, porque ela chocava um bocadinho com a minha ex-mulher. Combinamos para tomar café e falamos um bom bocado. De nós, do passado, da vida, tudo na maiôr das normalidades. Pois bem, ao fim de 3 ou 4 dias, já me estava a falar do passado, de como tinha saudades do que tinhamos, que se lamentava de me ter perdido...

Primeiro pormenôr, ela é casada. Segundo, tem dois filhos. Terceiro, ao fim de mais uns dias, meteu folga no trabalho, fez uma porrada de quilómetros e apareceu-me de surpresa para me dizêr que se eu queria uma prova do quanto ela estava decidida a ficar comigo, ali estava. Ao fim de 16 anos, ela dizia que nunca me tinha esquecido... Por um lado foi bom sentir-me assim, especiail para alguém. Por outro, lamentei tudo aquilo. Não consigo imaginar ninguém a sêr feliz assim. E acabei por perdêr uma amiga. Nem depois de "já ter acontecido" consegui ter ali uma amiga.


Por isso, é mesmo assim. Até prova em contrário, amizades destas são difíceis de se mantêr só assim. E já desisti de procurá-las. Só servem para fazêr estragos e dar trabalho. Sinceramente, preciso de descanso...

terça-feira, 13 de maio de 2008

A cozinha



Para mim, a cozinha parece-me sêr sempre algo como um desafio. Não que eu não saiba cozinhar. Desde miúdo que tive que começar a saber desenrascar-me e até acho que me safo bem. Mas é a tal coisa...
Depois de anos a ouvir as mulheres dizerem constantemente "Se não fossem as mulheres, o que seria dos homens..." é claro que cada vêz que lá entro é um pouco como subir ao palco e, depois de ter conseguido fazer algo bastante acima do mmero "comestível", imaginar que tenho uma multidão de gajas à minha frente e que lhes estou a dizêr "E agora ? Que é que têm para dizer agora ?"

Bom, o que é certo é que tenho vindo a evoluir bastante na cozinha. Só que, por vêzes, aquele espírito prático próprio de nós homens, o mesmo que nos fez com que chegassemos à Lua ou inventássemos as máquinas de imperial, é o mesmo que nos leva a tentar cozêr um ovo da forma mais rápida possível.

Explicando: ontem estive com o meu filhote e, como de costume, preparei o jantar enquanto ele brincava. Como estava a tentar despachar-me para que pudesse estar mais um pouco com ele, resolvi enfiar um ovo dentro de uma chávena com água e cozê-lo no micro-ondas.

Conclusão: cuidado! Um ovo, apesar daquele ar inocente todo branco-e-amarelo é, na verdade, uma autêntica bomba ! Foi vêr o coitado do micro-ondas todo forrado com ovo. Isto para não falar do chão...