Um dia acorda-se... Com uma dôr no peito. Uma mágoa que teima em não abandonar a alma. Que prende o coração ao que já passou mas continua ali, a querer sobrevivêr. Vive de esperança, de recordações de coisas boas...
Um dia acorda-se... O Amôr continua lá. Bem fundo... Nada sabe bem. O espírito, inquieto, nega-se a repousar. A casa deixou de o sêr. O emprego, um tormento de horas sem fim, que não deixa o coração esquecer por muito trabalho que haja...
Um dia acorda-se... Tudo o que passou desde então foi tempo perdido. Sentimentos que não se encontraram noutro lado. Desespera-se... O que é certo ou errado ? Realidade adiada ou ilusão vivida ?...
Uma noite, parte-se. O carro não pára. Sagres. O mâr. O Anjo-da-Guarda dos barcos ilumina os perigos. Entre a passagem das luzes, o céu. Estrelado, lindo...
Despido de mim. As fragilidades, as verdades, as realidades. Completamente despido...
Uma noite, chora-se. Tudo o que resta chorar. Tudo o que resta perder. Recorda-se todos os momentos mágicos. Viaja-se por todos os sítios por onde se viveram todos os sorrisos, todos os beijos, todo o amôr. Para lá nunca mais voltar...
Um dia acorda-se. Com a alma limpa. O Amôr ainda lá dentro. Já não dói...
1 comentário:
Viva!
Passei esta madrugada a ler este blogue.
Revivi aquilo porque passei, compreendi o que me faltava compreender.
O caminho fácil é entrar num ciclo de quecas loucas que não nos deixa tempo para pensar que perdemos quase tudo o que construímos.
O caminho dificil é conseguir chorar. Chorar tudo o que houver para chorar.
Depois vem o nascer do sol!
A compreensão de que o caminho não tinha saída, os motivos REAIS da ruptura (muito mais ligados a questões culturais e educacionais do que muitas vezes pensamos) e o modelo do que pretendemos agora construir.
Troquei muitas palavras com muitas mulheres: Muitos mails; Muitos SMSs
Um dia recebi um SMS. O SMS.
Creio que o segundo daquela amiga.
Senti calor no meu coração (foi mesmo no coração!!). Apenas porque percebi que tinha do outro lado alguém a valorizar o mesmo que eu.
Quis conhecer pessoalmente a amiga com quem me tinha cruzado no meetic.com
Percebi que seria capaz de construir com aquela pessoa a relação que desejava ter: de igual para igual, com uma cultura e educação semelhante.
Seis meses de namoro foram suficientes para optarmos por arrendar uma casa em comum. Foi importante construirmos um projecto em território neutro. No meu caso passou por arrendar a casa que comprara. No caso dela entregou ao senhorio a casa anterior.
Nada me diz que a excelente relação que temos hoje durará por muitos e bons anos. Mas o entendimento é grande e isso facilita em muitas situações.
Para trás ficou o que nunca quis perder. Mas o tempo só extremou aquilo que nos afastava apesar do esforço de ambos em tentar recomeçar em cada novo dia.
Muito obrigado por partilhares connosco o teu testemunho.
Enviar um comentário