segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Resumindo...

... ainda há dias em que é assim que me sinto...


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Hoje reparei...

L.J.



"Hoje reparei que amanhã, quando voltar para casa, vou estar sózinho, a casa vai estar em silêncio..."



Foi como retroceder no tempo, nas memórias. Nem sequer ela o consegue já fazer...

Gostava de te poder dizer que é mais fácil do que o que parece. Gostava de dizer que vais ultrapassar tudo isso. Que vais reconstruir a tua vida e tudo isso irá sêr apenas uma memória distante. Que os dias vão sêr lindos, cheios de vida e de esperança...

Não vai sêr fácil. Quase nunca o é. Acordas para mais um dia. Todos os dias. Vais têr dias em que te vais sentir só. Talvêz questionares-te se vale a pena. Se tudo vale a pena. Vais-te recordar de alguns momentos bons que perdeste. E sentires-te ainda mais só. Vais perguntar-te se foste tu que erraste. Se podias ter feito mais...

Vai doêr. Mais. Muito mais. Dói sempre.

E vais tentar fazer o mesmo. Da mesma forma. Para dares por ti a fazer tudo de novo. Da tua forma. Até que o vazio se apodere da alma.

Só então é que descobres que o pior já passou. Quando já não tens mais dentro de ti. Já não vai doer tanto. Quase nada.

Descobres que as tardes de chuva são bonitas. Que o velho chato do 3º direito até tem a sua piada. Que a Dona Lita da padaria deve ter uma vida tramada. Que afinal até nem gostas assim tanto daquele casaco que usavas tantas vêzes.

Um dia, acordas. A recordar. Num sorriso que, ontem, por instantes, te prendeu o olhar. Num olhar que, por instantes, te prendeu a alma. Um dia...



segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Dr. Fernando Nobre - Presidente da AMI



Este é um tributo a um homem que é um Homem. Que tem uma alma do tamanho do mundo. Uma pessoa de coragem, frontal, que ousa, sem hesitar, dizer (gritar, será mais correcto) o que lhe vai na alma.
Alguém que acredita que o mundo pode sêr um lugar um pouquinho melhor para se vivêr se a consciência não se calar. Se cada um fizer um pouco por isso, por muito pouco que possa sêr ou parecêr.

Este é um tributo a um homem, à sua família que o tem acompanhado e apoiado, a todos que com ele têm trabalhado e a todos que, de alguma forma, têm contribuido para que o sonho, tornado projecto, tornado realidade, continue vivo, a desempenhar a sua missão: dar assistência a quem já perdeu quase tudo. A quem, muitas vêzes, só lhe resta o ár que respira...

Este é um tributo e uma homenagem à AMI. Muito mais que Cristianos Ronaldos ou Durões Barrosos, são pessoas assim que me fazem sentir orgulho de sêr Português...

Uma noite destas...

Pleiades



Tinha feito uma pausa. Um cigarro, que o vício é tramado. A noite estava linda. Calma, singela. Um segundo antes ou um segundo depois. Talvêz nem importe. Estava sózinho, sem nada que me desviasse a atenção. Assim que repousei os olhos naquele cantinho do céu, uma estrela cadente linda, como nunca tinha visto uma. Libertando poeiras enquanto mudava de côr...


Mais tarde contei a uma amiga, com quem, por vêzes, me perco a vêr a noite. Um poema...



Não sei se me interessei pelo rapaz
por ele se interessar por estrelas
se me interessei por estrelas
por me interessar pelo rapaz
hoje quando penso no rapaz penso em estrelas
e quando penso em estrelas penso no rapaz
como me parece que me vou ocupar com as estrelas
até ao fim dos meus dias
parece-me que não vou deixar de me interessar pelo rapaz
até ao fim dos meus dias
nunca saberei se me interesso por estrelas
se me interesso por um rapaz que se interessa por estrelas
já não me lembro se vi primeiro as estrelas
se vi primeiro o rapaz
se quando vi o rapaz vi as estrelas


Adília Lopes


Cansado...

Desconhecido



Cansado. É como me sinto. Quase esgotado. Os últimos tempos têm sido tudo menos pacíficos. Quase não tenho palavras para descrevêr tudo o que passei, tudo o que senti. Tudo o que fui perdendo...


Os próximos tempos irão sêr de mudança. Mais uma... Paciência. Creio que a vida é mesmo assim. Mas custa. É o problema de se lutar por algo até ao limite. Esgotam-se as forças até se perceber que ele chegou. Quando precisamos delas para tomar decisões, descobrimos que há um cansaço que se abate sobre o corpo e sobre a alma...


Estou cansado...






segunda-feira, 11 de maio de 2009

terça-feira, 5 de maio de 2009

Há dias assim...

Desconhecido




Há dias assim. Em que a alma parece morta. Em que nada parece ter importância nem valôr.
Há dias em que as decepções parecem um mundo. O mundo...
Nada tem sabôr. Nada nos faz ter vontade de coisa nenhuma. Nem os dias de sol. Nem um sorriso ou um olhar terno que se receba.
Há dias assim...

Dias em que um refúgio, qualquer refúgio, serve. Em que o Deserto se torna o destino desejado.
Dias em que qualquer palavra, qualquer presença, qualquer gesto de alguém, incomoda. Quase que agride.

Como é que se chega aqui ? Não sei... Apenas sei que um vazio se apodera do sêr. Um vazio que nem o passado consegue preencher.

Quando já se subiu bem alto, bem alto, custa muito sentir que os pés estão assentes no chão. Um chão que não se deseja. Por muito firme que possa sêr.

Há dias assim...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Lembras-te ?...

Desconhecido




As coisas boas passadas serão sempre boas...

Hoje estou só assim...



sexta-feira, 17 de abril de 2009

Os gajos voltaram a conversar...

Desconhecido




Pois, mais uns mêses e faz quase uma ano que eu e o H. tivemos esta conversa. Para já e como resultado, o que era mais que óbvio, aconteceu. Ele a mulher acabaram por se separar e, segundo ela e ele, de vêz. Claro que eu acho que o "de vêz" seja um pouco como o "para sempre" ou o "nunca"... São aquele tipo de palavras que muitos dizemos com todas as nossas forças, certos de que se podem partir tão fácilmente com um olhar ou "Olá..."

De qualquer modo, estão separados. Um ano quase passado...





- Acho que o meu mal foi querer a perfeição. Isso não existe...

- Como assim ?

- Tu sabes. Eu procurei em alguém tudo o que sempre quis numa mulher. A mulher perfeita. Mas a realidade é que isso não é assim. A perfeição não existe...

- Tens razão. E depois ? Qual é o problema em quereres para ti algo que encaixe ?

- Mas a vida não é assim. Para isso, mais valia ficar como estava. E hoje, digo-te, estou arrependido de ter estragado tudo. Se calhar tinha a perfeição ali mesmo ao lado e não fui capaz de vêr isso!

- Deixa lá vêr se eu entendo. Afinal, se vocês até diziam que eram incompatíveis, como é que podes dizer isso agora ?


- Eu sei só que eu continuo preso aquela pessoa. Entendes ? E fiquei tão desiludido comigo mesmo que já nada me satisfaz. Se eu era exigente, fiquei ainda mais exigente!

- Mas olha lá, tu também não foste capaz de andar em frente. Bolas, o mundo é tão grande! Não se esgota em duas pessoas! Não resultou. E depois ?
Sabes, acho que o teu mal é mesmo esse. Não és capaz de abrir os olhos, de abrir o peito e ir à luta!


- À luta de quê ? Não vale a pena. Mais valia ter ficado com aquela pessoa e não ter andado de cabeça no ár...

- Quer dizer, então tu achas que as pessoas têm que encaixar mas como ainda não encontraste ninguém que encaixasse em ti, então mais valia ficar com alguém que encaixa assim-assim! Não achas que isso é um bocado comodismo ?


- Eh pá, eu não fui feito para ficar sozinho...




Sorri. Claro que o problema não são os amôres ou desamôres. As perfeições ou imperfeições. Os encaixes ou desencaixes.
Tudo se resume a isto. Mêdos. Mêdos são fragilidades. E as fragilidades fazem-nos ansiar por porto seguro. Seja ele qual fôr. Se fôr um que já conheçamos, a que já estejemos habituados, tanto melhor.

Houve algo que ele já devia ter percebido. Que não vale a pena irmos contra o que sentimos querer para nós. E que nem tudo o que luz é ouro. Que os verdadeiros tesouros não se procuram. Encontram-se. Por acaso. É aquela sensação de surpresa, de espanto. De não estar à espera. Sem ideias pré-concebidas. Simplesmente se encontram. E tudo acontece...


terça-feira, 7 de abril de 2009

Amôr...

Desconhecido
.
.
.
.
Sem ti, não consigo vivêr. Sem ti, fico perdido. Falta-me o ár. Faltam-me forças.
Para sentir, preciso de ti. Tudo o resto perde o sentido...
Mas e se te tiver ? Apenas vivo para ti! E tu consomes-me. Esgostas-me ao dares-me forças. Eu deixo de sêr eu. Transformo-me em ti.

Amarras-me e fazes-me partir amarras.
Vivêr-te... Contigo em mim, pronto a explodir... Em todos os momentos. Em todos os sorrisos. Em todos os olhares. Condensado num beijo profundo que me faz voar...

Não sei sêr nada mais. Eu sou tudo o que tu és...

.
.
.

Pois, de vêz em quando dá-me para estes devaneios. Parvoíce, talvêz. Tinha escrito isto faz dias mas não me senti capaz de o publicar. Escondidinho nos rascunhos que isto de escrevêr deixa-me nú.

Mas sou assim. Feliz ou infelizmente. Ainda não sei. Vivêr assim faz com que as coisas boas sejam mesmo boas. Intensas. E com que as coisas más sejam mesmo más.

Não sei vivêr de outra forma.

"Como um miúdo"... Continua a sêr assim que me sinto. Todos os dias. Sou o bicho raro que volta e meia houve sempre a mesma frase. Como se vivêr a sorrir com toda a alma fosse coisa de miúdos.
Não me inibo. Se gosto, gosto mesmo. Não faço fretes. Se sêr adulto é vivêr sem fogo na alma, então quero sêr miúdo para sempre...
.
.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Sempre a ti...

...and breathe out - Gwarf



Sinto-te percorrer o meu corpo.
Deixo-me abandonar no teu frio, quase adormecido. Como se outro mundo nunca tivesse existido.
Olhos cerrados. O bater do coração. Deixo-me perder em ti.
Sei que não me queres deixar. Exiges a minha alma. Como se sempre te tivesse pertencido.
Encontro em ti o sentido perdido. A minha alma é grande demais para ficar prisioneira.
.
Desperto.
Fora de ti, sou outro. Contigo na alma. Sempre.
Fazes-me encontrar. Sempre que me perco de mim.
.
O tempo aproxima-se...
Parto ouvindo o teu despedir. O salgado no meu corpo, na minha boca.
.
.
É sempre a ti que me volto quando preciso de mim...
.
.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Um dia...




Desconhecido




Um dia vou acordar. Em silêncio. Um dia vou-me levantar, abrir a janela. Um dia vou abrir a janela, fumar um cigarro.
Um dia vou saír de casa. Como em qualquer outro dia o fiz. Um dia vou saír de casa.
Um dia, como em qualquer outro dia, vou fazer todas as coisas. Todas as que fiz em qualquer outro dia.
.
Um dia, o tempo vai passar. Lentamente, muito lentamente, o tempo vai passar.
Um dia, vou sentar-me numa mesa, pedir um café. Um dia vou beber um café, fumar um cigarro. Lentamente, muito lentamente, o tempo vai passar.
Um dia vou sentir-me cansado. Como em qualquer outro dia senti. O tempo a passar, lentamente. A passar.
.
Um dia, a noite vai chegar. Como em qualquer outro dia chegou. Um dia, a noite vai chegar.
Um dia, talvez já uma noite, vou entrar em casa. Como em em qualquer outro dia, talvez já noite, entrarei.
Um dia, talvez já noite, vais perguntar. Pelo silêncio. Silêncio...
Um dia, talvez já noite, vais perguntar. Em silêncio, o silêncio.
O tempo, passando lentamente, vai-se esgotar. O tempo, lentamente, já se tinha esgotado no tempo.
.
Um dia, talvez já noite, vou saír de casa. Vou entrar no carro, sem parar.
Um dia, talvez já noite, vou chegar. A qualquer lado. Vou chegar. O tempo, parado.
Uma noite, o dia vai surgir. Como em qualquer outra noite o fez. Uma noite, talvez já dia, vou fumar um cigarro. Fumar um cigarro, vêr.
Um dia, não vou voltar. Um dia, depois de uma noite depois de um dia, o tempo vai recomeçar.
.
.
Um dia espero não vêr esse dia. Um dia espero vêr esse dia...


quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A ilusão da mentira...

Ivan Efimov




Já menti. Com amôr, por amôr. Por ódio, por compreensão, por simpatia. Para não ter que dar justificações. Por incertezas. Por tantas razões... Já menti.

A mentira é boa.
Permite fugir do que não se quer enfrentar, lidar com situações complicadas. Sêr simpático. Permite defesas. Adiar o inadiável. Tanta coisa...
A mentira é boa.

Há várias formas de mentir. Com um olhar. Com palavras doces. Com sorrisos. Com abraços. Com sexo. Até há aquela célebre mentira do "não-minto-se-não-me-perguntarem-nada". Gosto particularmente desta. É daquelas que até nos faz sentir íntegros. Porque não se mente se não se contar uma mentira. Certo ?...

É normal. O que seria de nós sem a mentira ? Completamente expostos ao mundo e à vida. A vida seria muito mais complicada sem ela. E quem é que quer complicar a vida mais do que o que ela já é ?
E porque é que educamos os nossos filhos a não mentir ? Dizemos que a mentira é feia. Que não se deve mentir. Que Jesus castiga. Mas se nós mentimos! Com maiôr ou menôr consciência. Mas mentimos!
É verdade que há mentiras que nos custam, que nos pesam. Mas isso resolve-se cá, bem dentro. É comodo. Até porque evita tantas chatices...

Por vêzes até mentimos a nós próprios. E muitas mais vêzes do que aquilo que temos consciência. Ao ponto de dizermos "Mas eu não minto". O problema é que estas são perigosas para nós. Por vêzes magoam-nos. Problema nosso. Não é com a intenção de querer prejudicar ninguém. Só queremos sêr felizes. E o que há de maiôr e mais bonito do que isso ? É justificável. Certo ?...

Claro que com a mentira, vem a verdade. Mas porque é que se insiste tanto na verdade ? Nem é por maldade que se mente. Por isso... Para quê, a verdade ? É incómoda. Assola-nos o espírito. Destroi-nos as nossa ilusões. A verdade é má.
Sim, a mentira é boa. É própria do sêr humano. É uma questão de defesa, de sobrevivência. Justifica-se sempre porque "toda-a-gente-mente". Certo ?...


Sim, a mentira é boa. Até ao dia em que nos mentem. Aí, não é na mentira que se pensa. A noite surge, o corpo repousa na cama mas o sono teima em não vir. No conforto da almofada, descobre-se algo que se perdeu na alma. Uma coisa pequena, quase um pormenor. Tão pequeno que, ao mentir, quase nos esquecemos dele. Dá pelo nome de confiança.


A mentira é boa. Certo ?...




"As costas dos outros são o espelho da nossa alma"