terça-feira, 20 de maio de 2008

Amizades...



Muitas vêzes me perguntei porque é tão difícil manter uma amizade homem-mulher. A prática diz-me que são muito difíceis de mantêr.
Para mim, a regra geral é assim: por um lado temos as amizades enquanto casal. As amigas dela são (eram...) minhas amigas, fala-se um pouco de tudo com algum à-vontade, sem grandes stresses. Parece que há um botãozinho que se desliga dentro de nós e não olho para elas como a Ana ou a Sofia. É mais do género, é a Ana-amiga-da-minha-mulher. Ou namorada, consoante a situação. Tudo muito desinteressado.

Por outro lado temos as amizades enquanto homem solteiro, descomprometido,... Esse estado. E é aqui que as coisas deixam de funcionar. É que uma amizade, daquelas mesmos dignas desse nome, raramente se aguentam enquanto tal. A experiência diz-me que um dos lados acaba sempre por vêr, ou sentir mais do que o outro. Daí até começarem a surgir situações complicadas é um instantinho. E não adianta nada se elas forem casadas ou comprometidas. Vai dar ao mesmo. Porque se não formos amigos do marido/namorado, parece que o tal botãozinho se liga.

Mas não quer dizêr que elas não existam. Existem. Mas apenas em duas situações: ou já houve coisa, ou é para haver... Eu sei que isto pode soar algo machista mas, acreditem, sou tudo menos isso. Na verdade, eu gostava que a vida me provasse o contrário. Cheguei a pensar que sim.

Uns mêses depois de me ter separado, dei de caras com uma ex-namorada. Tinhamos ficado amigos mas afastei-me dela, na altura, porque ela chocava um bocadinho com a minha ex-mulher. Combinamos para tomar café e falamos um bom bocado. De nós, do passado, da vida, tudo na maiôr das normalidades. Pois bem, ao fim de 3 ou 4 dias, já me estava a falar do passado, de como tinha saudades do que tinhamos, que se lamentava de me ter perdido...

Primeiro pormenôr, ela é casada. Segundo, tem dois filhos. Terceiro, ao fim de mais uns dias, meteu folga no trabalho, fez uma porrada de quilómetros e apareceu-me de surpresa para me dizêr que se eu queria uma prova do quanto ela estava decidida a ficar comigo, ali estava. Ao fim de 16 anos, ela dizia que nunca me tinha esquecido... Por um lado foi bom sentir-me assim, especiail para alguém. Por outro, lamentei tudo aquilo. Não consigo imaginar ninguém a sêr feliz assim. E acabei por perdêr uma amiga. Nem depois de "já ter acontecido" consegui ter ali uma amiga.


Por isso, é mesmo assim. Até prova em contrário, amizades destas são difíceis de se mantêr só assim. E já desisti de procurá-las. Só servem para fazêr estragos e dar trabalho. Sinceramente, preciso de descanso...

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