É um recomeçar. Assustadôr, no início. Confesso que passei muitas noites em claro quando comecei a colocar em questão a minha relação. Foram 14 anos, que muito alteraram a minha forma de estar, de vivêr...
Uma relação assim implicou criar um mundo próprio onde, por vêzes, me sentia protegido e sem o qual não me imaginava passar. Creio que será assim com quase todas as relações. Deixa-se de ter "os meus amigos" para se passar a ter "os nossos amigos". O que não é bem a mesma coisa... Quando dei por ela, o "eu" tinha sido quase completamente dominado pelo "nós". E o "nós" começava nela, o que quer dizer que o desastre já estava anunciado !
E se foi um desastre. Não desde o início. Mas acabou por sêr. A história começou nos meus 19 anos. Era minha colega de curso e dona de um sorriso muito bonito. Infelizmente também era dona de uma personalidade muito carente e com uma grande falta de amôr-próprio embora isto não fosse logo evidente. Como eu, na altura, tinha um espírito muito hiper-protectôr e ela era dada a sêr protegida, o resultado foi este: uma relação inicialmente desequilibrada, que era suportada emocionalmente por mim e que acabou por não ter melhoras com o tempo.
Entretanto, também já cheguei à conclusão de que a vida nos mudou. E transformou-nos em duas pessoas diferentes. O que é normal, a vida muda as pessoas. Hoje, olhando para trás, fiquei convencido de que relações que começam cêdo, só por sôrte, ou por destino, resultam. É que, nestas idades, as personalidades ainda estão em formação. Por isso, num casal, ou se tem a sorte da as personalidades se desenvolverem e convergirem, se tornarem mais complementares. Ou então não...
E é este "não" que é complicado de aceitar. Foi o que mais me custou. Chegar a essa conclusão.
É irónico. Na maiôr parte das rupturas de casais que conheci e vou conhecendo, aquele que decide rompêr é, geralmente, o que está mal. Aquele que, com as suas razões, chega à conclusão que aquela relação já não faz sentido. É o que tem a coragem de assumir a realidade: uma relação a dois, quando já só é boa para um deles, já não faz sentido. E, no entanto, apesar de ter que sêr este a têr a coragem de oassumir e levar para a frente a decisão, é, regra geral, o mais "castigado". Pelos amigos do "nós", pelos colegas, pela familía, pelos filhos (às vêzes)...
E é assim. Até agora, não me arrependi. É preciso muita coragem para se assumir uma ruptura. É uma ruptura com alguém que já significou muito para nós, com um passado que teve as suas coisas boas, com (alguns) amigos e, por vêzes, com alguns familiares, com um mundo cheio de pequenas coisas que eram muito nossas.
Uma relação assim implicou criar um mundo próprio onde, por vêzes, me sentia protegido e sem o qual não me imaginava passar. Creio que será assim com quase todas as relações. Deixa-se de ter "os meus amigos" para se passar a ter "os nossos amigos". O que não é bem a mesma coisa... Quando dei por ela, o "eu" tinha sido quase completamente dominado pelo "nós". E o "nós" começava nela, o que quer dizer que o desastre já estava anunciado !
E se foi um desastre. Não desde o início. Mas acabou por sêr. A história começou nos meus 19 anos. Era minha colega de curso e dona de um sorriso muito bonito. Infelizmente também era dona de uma personalidade muito carente e com uma grande falta de amôr-próprio embora isto não fosse logo evidente. Como eu, na altura, tinha um espírito muito hiper-protectôr e ela era dada a sêr protegida, o resultado foi este: uma relação inicialmente desequilibrada, que era suportada emocionalmente por mim e que acabou por não ter melhoras com o tempo.
Entretanto, também já cheguei à conclusão de que a vida nos mudou. E transformou-nos em duas pessoas diferentes. O que é normal, a vida muda as pessoas. Hoje, olhando para trás, fiquei convencido de que relações que começam cêdo, só por sôrte, ou por destino, resultam. É que, nestas idades, as personalidades ainda estão em formação. Por isso, num casal, ou se tem a sorte da as personalidades se desenvolverem e convergirem, se tornarem mais complementares. Ou então não...
E é este "não" que é complicado de aceitar. Foi o que mais me custou. Chegar a essa conclusão.
É irónico. Na maiôr parte das rupturas de casais que conheci e vou conhecendo, aquele que decide rompêr é, geralmente, o que está mal. Aquele que, com as suas razões, chega à conclusão que aquela relação já não faz sentido. É o que tem a coragem de assumir a realidade: uma relação a dois, quando já só é boa para um deles, já não faz sentido. E, no entanto, apesar de ter que sêr este a têr a coragem de oassumir e levar para a frente a decisão, é, regra geral, o mais "castigado". Pelos amigos do "nós", pelos colegas, pela familía, pelos filhos (às vêzes)...
E é assim. Até agora, não me arrependi. É preciso muita coragem para se assumir uma ruptura. É uma ruptura com alguém que já significou muito para nós, com um passado que teve as suas coisas boas, com (alguns) amigos e, por vêzes, com alguns familiares, com um mundo cheio de pequenas coisas que eram muito nossas.
Para mim, foi uma ruptura com uma parte do meu sêr. Para que a outra parte não "morrêsse"...
7 comentários:
Descobri o teu blog. Gostei. parabés pela iniciativa de tornares público o outro lado das coisas. Tal como dizes... para um gajo também deve ser difícil...
Obrigado pelo comentário Cinderella. Comecei por fazê-lo para manter algo como que um diário para mim. Creio que daqui a uns anos vai sêr interessante relê-lo o que escrevi.
E sim,não é nada fácil...
Olá. Desculpa a 'invasão', encontrei o teu blog numa comunidade de blogs, comecei por ler sem grande 'interesse', porém, a cada post que passava, mais interessante se tornava. Li os posts quase todos, saltei alguns.. estou aqui há uma hora, lol. Eu sou uma rapariga de apenas 18 anos. Não sei nada da vida, apesar de achar que já sei algumas coisas. Se calhar até sei, não é por acaso que dizem que tenho boa maturidade para a minha idade... Mass enfim , Em relação à tua 'história', percebo algumas coisas... pelo outro lado do espelho. Os meus pais são divorciados desde que eu tenho 3 anos. Não sei quantos anos tem o teu filho, mas pelo que percebi ainda é pequeno, pelo que deve estar a passar e vai passar pelas mesmas experiências que eu passei. Quando era pequena, não me importava muito com isso, ora estava com um como com outro. Ao contrário do que se pensa, sofre-se mais quanto mais velho se é, quanto mais se percebem as coisas. Não condeno a tua opção; muito pelo contrário, acho que foste corajoso em tomar essa decisão, partindo do princípio que sim, é verdade, aquele que admite que as coisas estão mal é sempre aquele a quem apontam mais o dedo. Desde sempre que me habituei a viver de casa em casa, apesar de, quanto mais velha ficava, mais dividida me sentia. A relação que os meus pais mantinham e as suas diferenças bem visiveís (são como água e azeite) fez-me passar alguns maus bocados, como sentir-me dividida, ou sentir que um achava que eu gostava mais do outro, e sentir que eu era sempre o objecto das discussões deles, enfim... sei que é demasiado presunçoso eu dizer isto, mas 'aconselho-te' a nunca deixares que nada que te ponha em confronto com a tua ex afecte o teu filho... fá-lo sempre sentir que vais continuar a ser o pai dele, independentemente de estares com a mãe dele ou não... ah, e sobretudo há coisas que não convêem ser ditas à frente dele, pelo menos enquanto ele não percebe certas coisas...
Quanto ao amor 'desde muito novos', partilho da mesma opinião que tu, que só funcionam por sorte ou destino.. e sinto-me culpada por dizer isto, porque há quase um ano que ando apaixonadíssima e com a sensação que é 'o tal', por um rapaz de agora 21 anos, e porém a nossa relação começou quando ele tinha 19 e eu 15 ou 16.. sinto-me tão estupida porque sinto que ando iludida, que provavelmente nao irá resultar mas ao mesmo tempo que vou ficar com ele pra sempre. e, felizmente, neste caso, os dois vemo-nos a envelhecer um ao lado do outro..lol
enfim, já nem sei para o que digo aqui. se calhar e provavelmente estás a achar-me uma miuda, criança patética que tenta fazer um grande discurso pra mostrar que sabe alguma coisinha.. bem nada disso, só vinha aqui partilhar a minha opinião de que acho muito positivo o rumo que resolveste dar à tua vida e admirável essa tua força e vontade que tens de voltar a amar, de voltares a ser um 'miudo', capaz de se apaixonar como um adolescente !
Força e boa sorte na tua nova vida.
Olá 'c.
Obrigado pelo elogio. Assim que puder, vou dar uma vista de olhos aos teus "cantinhos".
Sabes, quando me decidi separar não foi uma decisão tomada de ânimo leve. Pensei muito no que havia de fazer, e como, sobretudo por causa dele. Se há coisa de que o tenho protegido é de qualquer situação que o afecte e é um esforço enorme porque a mãe faz exactamente o contrário. Infelizmente... Mas isso só tem feito com que ele se afaste e raja mais à mãe. Não entendo como é que ela não vê ou percebe isso.
E não, não te acho uma miúda patética, antes pelo contrário. Apenas um conselho, se é que os conselhos servem para alguma coisa: vive o que sentes, sempre. Se tens alma e coração para tal, vive e ama com toda a tua força. Mas nunca abdiques de ti mesma. O amôr, para durar vive do equilíbrio, do respeito. E acima de tudo, nunca mintas a ti própria nem aos outros. Te garanto que qualquer relação não sobrevive a mentiras ou omissões. Sejam elas quais forem.
Já agora, nunca digas "Amo-te" se não vier do fundo do teu coração. Se não fôr algo que sintas sem sequer pensares nisso. Há palavras que são muito mais do que letras juntas...
Fica bem
Olá "miudo"
De vez em quando venho espreitar o teu blog... tantas coisas em comum, no sentir, no pensar... às vezes imagino quantas pessoas estão assim, como nós... não é fácil sentir-se incompreendido, muitas vezes pela sociedade, e tantas vezes perdidos no meio de nós própios... e tens razão: quem tem o discernimento e a coragem suficiente para "quebrar" é sempre o mais castigado!! Mas é isto que nos fortalece, é como os calos nas mãos, feitos pela enchada... Adoro ler-te, porque é como se estivesse a ler -me!!!
Sé Feliz
G.
Olá G.
Obrigado pela visita :-)
Não sei se haverá muitas pessoas como nós. As pessoas tendem a acomodar-se, se calhar, algumas porque não sentem necessidade de grandes vôos. Ou então racionalizam a sua vida.
Mesmo para nós, é complicado e, por vêzes, confuso. Tu deves saber o que é isso...
A felicidade não se ganha. Conquista-se...
Beijo
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