segunda-feira, 7 de abril de 2008

Os primeiros dias

Lya


Os meus primeiros dias foram um pouco confusos. Houve uma primeira reacção da parte da minha ex-mulher. Ela disse que ia mudar, que ia tentar mudar a sua forma de estar...

Mas até que ponto é que as pessoas podem mudar, ou mudam, até que ponto isso implica um esforço e que é que tudo isso vale perante uma realidade - de que o sentimento se tinha perdido ?


Por partes:

Será que as pessoas mudam mesmo ? Muito sinceramente, a partir de determinadas idades, não acredito. Quando já se tem uma personalidade mais ou menos formada, qualquer mudança implica passar a ter atitudes que não se tinham. Implica ter comportamentos que, de alguma maneira, implicam um esforço. O que me leva ao segundo ponto.


Fazer um esforço para mudar. Porquê ? E é possível ? Porque é que as pessoas fazem grandes esforços para manter uma relação ? Os esforços implicam desgaste, o que implica cansaço. E quando nos cansamos, a nossa natureza vem ao de cima. Por isso é que eu não acredito em esforços. Porque quando as forças acabam, e mais cedo ou mais tarde, elas acabam, o conflito surge.

Numa relação, quase nada deve ser em esforço. É claro que, para se manter uma relação, ambos têm que abdicar um pouco de algumas coisas. Mas não devem de abdicar por que tem que sêr, porque o outro assim o quer ou exige.

Quando se abdica de algo, tem que sêr de livre vontade. Tem que se sentir paz nessa decisão. Não pode sêr algo que nos obrigue a ir contra o que somos, como somos. Mas, por muito forte que alguém seja, vale a pena ?


Se o sentimento desapareceu, alguém acredita que ele volte ? Não me refiro a carinho, a recordações, a bons momentos que se passaram... O Amôr... Quando se perde o Amôr, quando se perde o encantamento, quando se perde aquele necessidade inconsciente de estar, de querer estar, de querer tocar, sentir...

É o básico de qualquer relação, se quisermos sêr realmente felizes. Não pode sêr uma decisão consciente. Não pode resumir-se a um mero somatório de prós e contras. Para mim tem que se sentir que aquela é a pessoa com que nos vêmos a envelhecer, aquela que sentimos que faz sentido, que nos faz falta todos os dias...


É por estas e por outras que eu não acredito em mudanças radicais para salvar uma relação. Não resultam. Se realmente se quiser sêr feliz, simplesmente não resulta.
Por muito que tenha custado virar costas a um passado, a uma parte de mim, estava na hora de dizer adeus. E recomeçar...

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