sábado, 3 de janeiro de 2009
Um dia...
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
A ilusão da mentira...
Já menti. Com amôr, por amôr. Por ódio, por compreensão, por simpatia. Para não ter que dar justificações. Por incertezas. Por tantas razões... Já menti.
A mentira é boa.
Permite fugir do que não se quer enfrentar, lidar com situações complicadas. Sêr simpático. Permite defesas. Adiar o inadiável. Tanta coisa...
A mentira é boa.
Há várias formas de mentir. Com um olhar. Com palavras doces. Com sorrisos. Com abraços. Com sexo. Até há aquela célebre mentira do "não-minto-se-não-me-perguntarem-nada". Gosto particularmente desta. É daquelas que até nos faz sentir íntegros. Porque não se mente se não se contar uma mentira. Certo ?...
É normal. O que seria de nós sem a mentira ? Completamente expostos ao mundo e à vida. A vida seria muito mais complicada sem ela. E quem é que quer complicar a vida mais do que o que ela já é ?
E porque é que educamos os nossos filhos a não mentir ? Dizemos que a mentira é feia. Que não se deve mentir. Que Jesus castiga. Mas se nós mentimos! Com maiôr ou menôr consciência. Mas mentimos!
É verdade que há mentiras que nos custam, que nos pesam. Mas isso resolve-se cá, bem dentro. É comodo. Até porque evita tantas chatices...
Por vêzes até mentimos a nós próprios. E muitas mais vêzes do que aquilo que temos consciência. Ao ponto de dizermos "Mas eu não minto". O problema é que estas são perigosas para nós. Por vêzes magoam-nos. Problema nosso. Não é com a intenção de querer prejudicar ninguém. Só queremos sêr felizes. E o que há de maiôr e mais bonito do que isso ? É justificável. Certo ?...
Claro que com a mentira, vem a verdade. Mas porque é que se insiste tanto na verdade ? Nem é por maldade que se mente. Por isso... Para quê, a verdade ? É incómoda. Assola-nos o espírito. Destroi-nos as nossa ilusões. A verdade é má.
Sim, a mentira é boa. É própria do sêr humano. É uma questão de defesa, de sobrevivência. Justifica-se sempre porque "toda-a-gente-mente". Certo ?...
Sim, a mentira é boa. Até ao dia em que nos mentem. Aí, não é na mentira que se pensa. A noite surge, o corpo repousa na cama mas o sono teima em não vir. No conforto da almofada, descobre-se algo que se perdeu na alma. Uma coisa pequena, quase um pormenor. Tão pequeno que, ao mentir, quase nos esquecemos dele. Dá pelo nome de confiança.
A mentira é boa. Certo ?...