segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Cansado...

Desconhecido



Cansado. É como me sinto. Quase esgotado. Os últimos tempos têm sido tudo menos pacíficos. Quase não tenho palavras para descrevêr tudo o que passei, tudo o que senti. Tudo o que fui perdendo...


Os próximos tempos irão sêr de mudança. Mais uma... Paciência. Creio que a vida é mesmo assim. Mas custa. É o problema de se lutar por algo até ao limite. Esgotam-se as forças até se perceber que ele chegou. Quando precisamos delas para tomar decisões, descobrimos que há um cansaço que se abate sobre o corpo e sobre a alma...


Estou cansado...






5 comentários:

Peter_Pan disse...

Tudo isso é normal e natural.
Será que um novo relacionamento num momento tao instavel é a melhor receita?

Sim, é certo que nao nascemos para viver sozinhos. Mas estaremos preparados para envolver outra pessoa (com toda a sua complexidade emocional) nas nossas vidas?

miúdo disse...

Oi Peter :-)

Sabes, por muito que se tente, às vêzes é difícil ficar sossegado num canto. Não porque não se consiga e, verdade seja dita, é muito bom ficar uns tempos com o mundo nas nossas mãos mas é que, por vêzes, não me deixam mesmo ficar quieto no meu canto.

E gerir amizades que, às vêzes, podem sêr entendidas de forma diferente do lado de lá, pode sêr muito complicado...

E será que estamos realmente preparados, alguma vêz ? Existe uma situação ideal ? Se há coisa que, para já, aprendi, é que a vida tem uma forma muito tramada de nos trocar as voltas...

O que sei é muito pouco...

Abraço

Anónimo disse...

Hoje reparei que amanhã quando voltar para casa vou estar sozinho, a casa vai estar em silêncio.

Ui...

miúdo disse...

Um dia não vai doêr tanto...

Anónimo disse...

Cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa