segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Desconhecido






Quase 4 anos passados... E as palavras rebentavam assim em mim...
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Quero desaparecer. Quero que me deixem em paz. Quero que o mundo desapareça e se esqueça de mim. Não preciso que se preocupem comigo. Não quero que o façam. Porque estou farto. Farto de egoísmos. Farto de dôr. Farto de tudo. Farto de exigências. Farto de querer e não ter. Farto de ilusões. Farto de decepções. Farto de me sentir assim. Estou farto...


Hoje só me apetece explodir em mil pedaços... Queria ouvir as palavras certas mas só o silêncio me responde. E as que oiço só me agridem. Tenho o peito aberto e estou a segurá-lo com as mãos enquanto a cabeça rodopia.


Hoje só me apetece gritar contra o mundo...
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A dôr desvaneceu-se. Levou o sentimento consigo. As cicatrizes ficaram...

7 comentários:

Anónimo disse...

Quando estamos fartos, mas mesmo muito fartos, só nos apetece fugir e gritar como referes. Mas quando nos deixamos acomodar à dor, ao sofrimento, às ilusões e às decepções, é porque perdemos tudo, até a própria vida. Põe-te à estrada, lambe as cicatrizes e não deixes a vida passar por ti!

miúdo disse...

Não deixo. Tenho é o péssimo defeito de me enfiar no meio de destroços, correndo o risco de ficar com cicatrizes, por muitas que já tenha... Deve sêr alguma doença do tipo "Síndrome da Borboleta e da Luz"! :-)

Anónimo disse...

Não deixas?E o que estas a fazer se não a deixar? Esse sindrome da borboleta e da luz, não se aplica a tanta coisa assim na nossa vida, muitas vezes há sindromes bem mais quentes e chamativos.Basta olhar para o lado... A esses sindromes podemos dar-lhes o nome de sindromes "Chave e fechadura", sindrome "sonho vivido"; sindrome "encaixe perfeito"...podia continuar e seria pouco para os definir.E mesmo assim se ficassemos com cicatrizes teria valido a pena!

miúdo disse...

Acho que me expliquei mal. Quando referi o Sindrome da Borboleta e da Luz, não estava afazê-lo em virtude de uma situação ou relação específica mas sim da minha essência enquanto pessoa... Resumindo, é algo do tipo que, volta e meia, me faz dizer a mim próprio, "Que raio de pontaria que eu tenho..." :D

Mas há cicatrizes que podem sêr muito profundas. Depende da essência das pessoas, do que se viveu, de como se viveu. E isto dava pano para mangas...

Anónimo disse...

Compreendi o analogia. A luz atrai a borboleta e esta, ingénua, pela beleza da claridade, pelo calor que emana, nos atrai como se fosse uma ratoeira... e quando damos conta já la estamos e as asas queimaram-se impedindo de nos deixar voar novamente.
Talvez eu é que não me tenha explicado bem, o que queria dizer é que talvez a vida não nos iluda assim tantas vezes e que há outros atractivos que nos chamam e que não nos queimam, antes pelo contrário, dão-nos a liberdade de voar e de contemplar uma outra forma de olhar o mundo...

miúdo disse...

Ou de cavalgar como uma Amazona. Independente, confiante, correndo o mundo livremente...

P.S.: (corro o risco de estar equivocado) - private

Anónimo disse...

Quanto me revejo neste comentário que escreveste. Se o tivesse lido quando o escreveste ter-me-ia revisto na mesma porque há situações que para além de alterarem a nossa vida nos alteram a nós e para sempre. Não conseguimos apagar da memória as nossas vivências e quando estas nos atrofiam a alma, a vida, o pensamento parece que nunca mais vamos comseguir virar a página e seguir em frente. Condicionamos o nosso estado de espírito, a nossa forma de encarar a vida e consequentemente essa dor perpetua-se no tempo até acharmos que nada faz sentido e tudo dói e vai doer sempre.

À distância dos 16 meses que escreveste este comentário, espero que o "cenário" da tua vida seja outro. Que seja melhor.