domingo, 18 de setembro de 2011
Até um dia...
Não sei que raio se passa com o nosso lado da família. O lado dos gajos parece que foi forjado num dia de tempestade, de mar revolto! Espada numa mão, bandeira na outra!
Mania de sêr explosão iminente, inconformado, revoltado, exigente, intransigente! Culpo-vos de tudo isso! Dessa voragem que me consome e me faz voar e rodopiar incessantemente. De atraír o tumulto, a confusão, as guerras. De ter que lutar estupidamente para conseguir alguma paz.
Os erros não existem...
É por isso que adoro o Dr. House. Confesso que chego a pensar que quem escreveu a maioria dos argumentos da série foi apenas uma pessoa que, provavelmente, terá mais de House do que de Laurie. Tal vez até se chame Hugh. Faria sentido...
sábado, 26 de março de 2011
Conversas...
"Desculpa lá mas toda a gente está a cuidar da sua vida. Cada um age pelos seus interesses e por aquilo que tem a ganhar! Ninguém dá nada a ninguém, todos são assim e se tu não admites isso a ti mesmo, é porque não tens coragem de enfrentar a verdade!"
De nada adiantou tentar argumentar. "Os outros" e "Toda a gente é assim". Generaliza-se os nossos próprios defeitos e, como num passe de mágica, deixam de o sêr. Se "todos são assim", então não é um defeito. É assim. Como o céu é azul ou a erva é verde.
Os tempos que correm não são fáceis. Para ninguém. Dúvidas, incertezas, medos, inseguranças. Os faróis revelaram-se fogueiras de piratas. E cresce uma revolta no peito, daquelas revoltas revoltadas contra tudo. Até contra a própria revolta. A revolta aquece. Até ferver. Transforma-se em raiva. Mas o comodismo, as desculpas, o cansaço, arrefecem-na. E transformam-na em egoísmo. Quanto mais quente e irracional fôr a raiva, mais frio e calculista se torna o egoísmo.
"Mas há quem faça ou dê sem que seja movido pelo seu próprio interesse! Bolas, isso é muito triste de se ouvir! Quer dizer que tu não fazes nada que não seja apenas porque serve os teus propósitos ? Será que um pai ou uma mãe, dão amôr e carinho aos filhos para seu próprio interesse ?"
De nada adiantou argumentar. Todos são egoístas. Ponto. E os ilustres casos conhecidos de generosidade ou altruísmo deviam sêr submetidos a psicanálise e consequente certificado de insanidade mental!
A generosidade ferida de morte pela sobrevivência. A alma vergada ao peso do consumismo mundano. O mundo ficou tão perto mas, no entanto, ficamos mais sós. E o espanto de quem não percebe, depois um tremendo choro compulsivo vindo não sabe de onde, porque se sente vazio e com vontade de tomar Xanax...
Tenho que deixar de ter algumas conversas com esta malta!.
Está a chover. Sinto o cheiro da terra molhada invadir-me. Sorrir...
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
Ano Novo...
Este tipo de resoluções até entendo. O que não entendo mesmo é a necessidade de tomar “decisões de vida”. Talvez seja um fenómeno decorrente da cada vez maior empresarialização do mundo: ano novo, novas decisões de gestão!
Ou então com uma tremenda indigestão ou ressaca em cima! “Bem, resolvi que tenho que ter pastilhas Rennie e Gurosan sempre à mão…”
“Vou deixar de fumar!” E, vai daí, toca a ir com os amigos até à Gossip torrar dois maços de tabaco numa noite. “Não, depois de hoje é que é!”…
No entanto, creio que muito boa gente acaba por fazer o mesmo. Achar que vai cumprir (ou, pelo menos, tentar) decisões tomadas no primeiro dia do ano!
Mas a noite passa, o dia passa. E, aos poucos, apercebemo-nos que nada mudou. Que os papéis em cima da secretária continuam os mesmos. Que o Sr. Fernandes continua a dizer “Bom-dia” como todos os dias o diz. Que a vizinha solteira do 2º esquerdo continua a sorrir-nos daquele jeito… Nem aquele flirt platónico com a miúda gira que se conheceu nessa noite, no meio de copos e música, muda o coração ou a alma…
Olho para trás. Mais um ano. Momentos, maús, bons… O que ganhei, o que perdi. O que conquistei, do que desisti…
Amanhã é outro dia…
P.S.: a tira do Calvin não é fortuita. Ele é o meu héroi…