domingo, 18 de setembro de 2011

Os erros não existem...

Desconhecido




Os erros não existem. Pelo menos, os pessoais. O arrependimento é apenas um reflexo de algo que ainda não se encarou de frente. Porque é que fiz isto ? Se não era o que queria, o que sentia ? Tretas!
Claro que fazemos o que queremos! Mesmo que, mais tarde, se pense que não. Se fiz algo, mesmo não sendo pensado, reflectido, mais uma razão! Os erros são aquilo que fazemos mas não temos coragem de enfrentar e entender porque o fizemos.

A determinada altura, vamos achar sempre que, em algum ponto, erramos. É uma forma de reconfortar a alma. Se for um erro, é bem melhor do que aceitar o reverso da medalha. É bem melhor do que lidar com o facto de não sermos bem aquilo que supunhamos, que proclamamos, que vertemos em palavras ou promessas. Só que os actos falam sempre mais alto. E bem mais alto que as palavras que, como o poeta disse, leva-as o vento.
O problema é que lidar com isto implica tentar sêr-se clinicamente frio. Têr estômago. Sem se caír na hipocrisia ou no cinismo. Descobrir que, em maior ou menor medida, todos somos, irremediavelmente, imperfeitos. E egoistas.

E o egoismo... Bem, este gajo é muito complicado! Autêntico camaleão, por vêzes. Pode-se mascarar de generosidade, de altruísmo. De afecto. Por vêzes, até de amôr. Só não se consegue mascarar de uma coisa: coerência. É que o egoismo é intrinsecamente incoerente. Basta dar algum tempo para se perceber se algo é genuíno ou apenas egoista. E como o egoismo é um tanto ou quanto glutão, a prova torna-se fácil de fazer ou acontecer. Basta deixar de ser alimentado como gostaria. E logo se verá. Se for qualquer outro sentimento genuíno, este irá sobressaír. Mas se for o gajo, garanto-vos que irá saltar à vista!

Geralmente, salta à vista agarrado a uma tremenda desilusão! Mas como costumo dizer, por muito que doa, a verdade nua e crua é preferível a uma doce mentira ou ilusão.

Há quem seja extremamente egoista. Há quem seja menos do que aquilo que supõe. Tal como há criancinhas imaturas até no mais velho homem ou mulher.

É por isso que adoro o Dr. House. Confesso que chego a pensar que quem escreveu a maioria dos argumentos da série foi apenas uma pessoa que, provavelmente, terá mais de House do que de Laurie. Tal vez até se chame Hugh. Faria sentido...

House é, para mim, um maníaco-depressivo, inteligente e profundamente introspectivo. Sobretudo, extremamente íntegro. E exigente. A começar por ele próprio. De tal forma íntegro e exigente que acaba por destruír tudo à sua volta. Não porque o faça propositadamente. Apenas porque não sabe lidar e nem consegue encaixar-se num mundo de pessoas que se escondem e vivem de erros e arrependimentos. De hipocrisia mascarada. Por isso é que ele sabe que, inexoravelmente, irá desiludir-se com as pessoas. Porque é egoista ao ponto de querer que todos sejam genuínos, capazes de se enfrentarem, de serem quem realmente são. Mas este é outro tipo de egoísmo. Regra geral, leva mesmo à desilusão. E a uma sensação de vazio que nenhuma palavra consegue expressar...

2 comentários:

Mary disse...

So true...:)

nadadefinido disse...

Adorei o seu texto, posso compartilhar?